Dólar cai e fecha a R$ 5,32, menor valor em 15 meses; Ibovespa bate novo recorde

O dólar fechou em queda de 0,61% nesta segunda-feira (15), cotado a R$ 5,3211 — o menor valor desde 6 de junho de 2024, quando encerrou a R$ 5,2498. Na mínima da sessão, a moeda americana chegou a R$ 5,3090.

Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 0,90%, aos 143.547 pontos, renovando o recorde histórico anterior, de 143.150 pontos registrado em 11 de setembro. Mais cedo, o índice chegou a bater 144.194 pontos, mas perdeu fôlego no fechamento.

Expectativa com a “Superquarta”

O movimento reflete, sobretudo, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, em meio à expectativa para a chamada Superquarta (17), quando os bancos centrais dos dois países anunciarão suas decisões de política monetária.

Nos EUA, o mercado aposta em um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, início de um ciclo que pode se estender até dezembro. Esse cenário tem enfraquecido o dólar e impulsionado a bolsa brasileira.

“Isso afasta investidores dos papéis do Tesouro americano. Como resultado, o dólar perde força e moedas de países com rendimento mais alto, como o real, ganham espaço”, explica Leonel Mattos, analista da StoneX.

Ainda assim, Mattos ressalta que há cautela, já que o Federal Reserve também divulgará projeções para os próximos anos, incluindo o chamado dotplot, que mostra como a instituição enxerga o ritmo de cortes até 2027.

Cenário interno

Antes da abertura dos mercados, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, que reduziu a projeção de inflação para 2025 de 4,85% para 4,83%. A estimativa para 2026 permaneceu estável.

O BC também apresentou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de julho, que caiu 0,5% em relação ao mês anterior — o terceiro recuo consecutivo. Economistas esperavam retração menor, de 0,2%.

Cenário externo

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve de Nova York divulgou o índice Empire State, que mede o desempenho do setor industrial na região. O indicador recuou para -8,70 em setembro, após ter registrado 11,90 em agosto, reforçando sinais de desaceleração da economia.