BRASÍLIA – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu na noite desta quarta-feira, 21, que um dos caminhos para reduzir despesas do governo seria diminuir o número de ministérios. Depois de revelar que o presidente Michel Temer (MDB) chegou a cogitar a criação de um imposto para reforçar projetos de segurança, Maia voltou a dizer que a proposta não seria aprovada pela Casa.
“Aqui não passa nenhuma criação de imposto. Se alguns pensam num aumento de receita, a gente pode tratar de redução de despesa. Podemos começar reduzindo o número de ministérios, pode ser um caminho para reduzir despesas”, declarou Maia em conversa com jornalistas, em uma referência indireta à decisão de Temer de criar um Ministério da Segurança Pública.
Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo DEM, o presidente da Câmara se negou a comentar a especulação sobre uma eventual candidatura à reeleição do presidente Michel Temer. “Isso é problema de lá. Eu não reclamei que eles estão querendo cuidar dos projetos de cá? Deixa eles cuidarem de lá, e a gente cuida de cá”, disse.
Pacote de Segurança Pública
O parlamentar fluminense também afirmou que a Câmara deve começar a pautar na próxima semana os projetos do pacote de Segurança Pública. Ele disse que ainda não definiu quais serão os primeiros pontos a serem votados, mas adiantou que gostaria de votar o pacote com medidas contra o tráfico de drogas e armas que está sendo elaborado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Ele também gostaria de votar em breve a criação do Sistema Nacional de Segurança Pública (Sinasp), que integraria os trabalhos das polícias no País.
Maia defendeu endurecer as leis para atacar o crime organizado. “Tem uma questão fundamental que é fluxo de dinheiro e também uma coisa que se reclama muito é que muitas vezes se prende e rapidamente os bandidos vão para a rua. Vamos ver se a gente consegue fechar essas brechas para que os traficantes cumpram de fato uma pena rigorosa”, declarou.
O deputado negou que o governo tenha invadido sua agenda de segurança e disse que o governo cuida de sua agenda “lá” e que a Câmara cuida das suas propostas “de cá”. “Estou tranquilo, estou no meu ponteiro, na minha pauta”, afirmou. “Só achei estranho que era uma pauta que estava aqui”, comentou.
O presidente da Câmara já decidiu que, durante o período de intervenção no Rio de Janeiro, não vai colocar em votação no plenário nenhuma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). E admitiu que, em razão do decreto, a reforma da Previdência deve ficar para o governo que tomará posse em janeiro de 2019. Para ele, só seria possível votar a matéria em novembro, após as eleições de outubro, se o presidente da República eleito defender a matéria e trabalhar pela sua aprovação antes da posse.
Estadão
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