

“A nossa literatura não é só uma literatura do prazer, é uma literatura que incomoda, que tira fora do lugar, que perturba e faz pensar. Não fazemos elogio à 'casa grande'. Pelo contrário, a gente denuncia a prepotência da 'casa grande', essa colonização moderna que ainda existe na medida em que grupos sociais herdeiros da casa grande ainda pretendem manter mulheres negras numa situação de subalternidade”, afirmou. Para Conceição, o Brasil é um país “extremamente” racista. “Cada vez que a sociedade nos nega um espaço, essa sociedade se torna cada vez mais manca. Há um vazio que somos nós que temos que preencher. Só não percebe o racismo brasileiro a pessoa muito alienada ou a pessoa muito cínica”, acrescentou. Escritora, ficcionista e ensaísta, Conceição Evaristo é uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil. Com sete livros publicados, entre eles o vencedor do Prêmio Jabuti de 2015, Olhos D’água, suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. A 40ª edição da Bienal no Rio Centro, zona oeste da cidade, tem entre as suas atrações a produção literária de escritoras negras na atualidade.
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