Dois crimes brutais de feminicídio, ocorridos em Salvador, no último sábado (15), deixaram a população chocada e levantaram mais uma vez a atenção para a necessidade de reforçar o combate à violência contra as mulheres através das leis e de campanhas educativas.
Um deles aconteceu no bairro da Chapada do Rio Vermelho e ganhou destaque na imprensa por causa da suposta intervenção do próprio tráfico de drogas como uma espécie de ‘justiceiro’ da localidade: Marília de Souza Almeida Pereira, 39, foi morta com vários golpes de faca pelo ex-companheiro Antônio Moreira Nery de Jesus, 40, no imóvel onde ela morava, na Rua Gilberto Giffoni. Depois de matar a moça, ele foi encontrado morto com perfurações provocadas por armas de fogo.
Na localidade, o clima ontem foi de tensão e de silêncio. A maioria das pessoas evitou falar sobre o caso e preferiu não conversar com a imprensa. No entanto, um morador que pediu anonimato garantiu que Antônio “foi pego de surpresa pelos caras”. “Ele matou e achou que ia sair tranqüilo pela rua, depois do barulho e da gritaria que foi dentro da casa. Os ‘meninos foram acionados’ e foram atrás dele, até porque ela era bastante querida e conhecida na região”, contou.
Equipes da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foram acionadas pelos moradores após a confusão dentro do imóvel. Ao chegarem no local, já encontraram Marília sem vida.
Durante as buscas pela localidade, os agentes chegaram até o corpo de Antônio, ainda na mesma rua, morto a tiros. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no entanto, até o fechamento desta edição, os motivos e as causas ainda não haviam sido esclarecidos.
Segundo moradores, a família de Marília está muito abalada. Eles afirmaram que a moça era bastante querida e tida como uma pessoa “muito divertida e alegre”. Apesar de populares afirmarem que Antonio Nery foi morto por membros do tráfico de drogas da região, a Polícia Civil não confirma essa versão.
Cajazeiras – Também com golpes de faca, a jovem identificada como Ilana Ferreira do Nascimento, 19 anos, foi assassinada no último sábado (15) no bairro de Cajazeiras VIII.
Assim como Marília, ela também foi esfaqueada pelo ex-companheiro, qualificando o crime como feminicídio, palavra usada para definir o homicídio de mulheres cometido em razão do gênero, ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher, e está diretamente relacionada à violência doméstica e familiar.
De acordo com a polícia, o principal suspeito do crime é Lucas de Jesus Cardoso, 20 anos, com quem Ilana morava. O caso foi acompanhado pelo 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM/Cajazeiras), após o pai do acusado ter encontrado o corpo no local.
Segundo a TV Bahia, o pai de Lucas foi até a casa de ambos para chamar o filho para o trabalho, atitude que costumava ter diariamente. Ao ver que ninguém respondia, ele arrombou a porta e encontrou o corpo coberto por uma toalha.
Na ocasião, os vizinhos chegaram a acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O crime é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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