A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17), uma emenda aglutinativa que restabelece o voto secreto nas decisões sobre a abertura de processos criminais contra parlamentares — ponto central da chamada “PEC da Blindagem”. O texto agora segue para análise do Senado Federal.
O dispositivo, que estava previsto no texto original da proposta, havia sido retirado após pedido do partido Novo para votação separada. Na ocasião, o placar ficou em 296 votos favoráveis, abaixo dos 308 necessários. Para reverter a derrota, líderes do Centrão articularam a retomada do mecanismo por meio de uma emenda assinada por PP, União Brasil, Republicanos, MDB, PL, PSDB, Avante e Podemos. Desta vez, a proposta foi aprovada com 314 votos a favor e 168 contrários.
Logo no início da sessão, parlamentares apresentaram questões de ordem contra a medida. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a legitimidade da emenda.
“Há legitimidade política e jurídica para a emenda em análise. O tema foi aprovado em primeiro turno por esta Casa, o que demonstra concordância. Registra-se que não há inovação”, disse Motta.
PT anuncia ida ao STF
Durante a votação, o líder do PT, Lindbergh Farias, anunciou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a aprovação da emenda.
“Vamos, num caso como esse, recorrer ao Judiciário, porque está ferindo a Constituição, que diz que a matéria rejeitada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. Só nos resta, depois de recorrer à CCJ, recorrer ao STF”, afirmou.
Em resposta, Motta ironizou:
“É um direito de Vossa Excelência ir ao Supremo, como faz quase diariamente”, disse, arrancando reações de outros parlamentares presentes.
Com o texto aprovado, o voto será secreto também nas deliberações sobre a manutenção ou não das prisões de parlamentares.
Negociações sobre anistia continuam
Mais cedo, o relator da PEC, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), reuniu-se com líderes do Centrão na residência oficial do presidente da Câmara para acertar os detalhes da votação.
Enquanto isso, segue indefinida a negociação sobre a anistia a condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pressionaram para votar a urgência da matéria nesta quarta-feira, mas não houve acordo sobre qual versão do texto deverá prevalecer. A decisão ficou para a reunião de líderes prevista para o início da tarde.
More Stories
Com pedido da vereadora Ró Salomão, Candeias ganha Centro de Reabilitação Tipo II
Prefeitura de Madre de Deus publica novo processo seletivo simplificado via REDA
Pesquisa AtlasIntel: Lula abre vantagem e venceria todos os adversários em 2026