Dados da 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em fevereiro e referindo-se ao ano‑calendário de 2024, mostram que a violência letal reduziu no Brasil como um todo, mas registrou alta em quatro unidades federativas: Ceará, Maranhão, Minas Gerais e São Paulo .
Panorama geral no país
- Houve queda de aproximadamente 5% nas Mortes Violentas Intencionais (MVI) em nível nacional, registrando 38.722 mortes em 2024 — o menor total desde 2015 .
- A taxa nacional passou de 19,26 mortes por 100 mil habitantes em 2023 para 18,21 em 2024 .
Estados em contramão: aumentos nos índices
Somente quatro estados apresentaram crescimento nas taxas de mortes violentas por 100 mil habitantes em 2024:
- Maranhão: alta de 12,1% tanto em taxa quanto em número absoluto .
- Ceará: aumentou 10,9% na taxa de mortes violentas intencionais .
- São Paulo: alta de 7,5%, mesmo com possuir a menor taxa do país (8,2 MVI / 100 mil habitantes) .
- Minas Gerais: crescimento de 5,3% no total de mortes violentas, atingindo taxa de 15,1 por 100 mil habitantes .
Números absolutos por estado
No total de assassinatos registrados em 2024:
- Ceará: 3.272 vítimas
- Minas Gerais: 3.042 vítimas
- São Paulo: 2.937 vítimas
- Maranhão: 2.053 vítimas
Estes estados estão entre os que mais registraram homicídios no ano, valorizando o impacto dos crescimentos percentuais observados.
Análise por estado
Ceará
Registrou forte elevação (10,9%) nas mortes violentas. O Anuário destaca que esse crescimento envolveu todos os tipos de incidentes — homicídios dolosos, latrocínios e intervenções policiais .
Maranhão
Com o maior percentual de alta do país (12,1%), o Maranhão permanece entre os estados com as menores taxas absolutas, mas o crescimento percentual é considerado preocupante .
Minas Gerais
Pelo terceiro ano seguido houve aumento das mortes violentas. O estado registrou crescimento de 5,3%, passando de 3.050 em 2023 para 3.214 em 2024 — com mortes por intervenção policial crescendo quase 46% .
São Paulo
Apesar da menor taxa do país (8,2 MVI por 100 mil), São Paulo teve alta de 7,5% em 2024. O número de homicídios aumentou mesmo com avanços na segurança pública. A letalidade policial também cresceu, contribuindo para a alta geral .
O que explica a diferença regional?
A discrepância entre as regiões reflete desigualdades estruturais e dinâmicas locais. Enquanto Sudeste e Sul seguem com as menores taxas de violência do país, Nordeste e Norte concentraram os aumentos. O Nordeste, por exemplo, registrou taxa média superior a 33,8 MVI por 100 mil habitantes, bem acima do Sudeste (13,3) e considerando que estados como o Ceará estão entre os mais violentos da Região .
Conclusão
Mesmo com a boa notícia de queda no total de mortes violentas no Brasil (−5%), os aumentos nos estados listados indicam que os avanços não foram uniformes. Ceará, Maranhão, Minas Gerais e São Paulo caminham em contra‑corrente e representam pontos críticos que desafiam as políticas de segurança. Monitorar causas específicas como violência policial, disputas entre facções e criminalidade organizada será fundamental para reverter essa tendência estadual.
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