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Jovens de Candeias e São Francisco do Conde (BA) desenvolvem projeto de equipamento para astronautas se exercitarem no espaço

A atrofia muscular é um dos problemas enfrentados pelos astronautas durante as viagens espaciais. Sem a gravidade terrestre, o corpo diminui naturalmente a produção de células dos músculos porque ‘deduz’ que eles não precisam de tanto reforço. Para amenizar isso, os tripulantes das naves realizam exercícios para reduzir essa atrofia, mas mesmo assim seguem perdendo massa magra durante as expedições.

Pensando nisso, a equipe “Robolife”, de Candeias, desenvolveu um equipamento para que os astronautas possam fazer atividades físicas enquanto estiverem em órbita que colaboram para a diminuição da perda de massa magra no espaço. É o que explica o técnico do grupo, Clóvis Campagnolo. “Desenvolveram um equipamento com o uso de tensor funcional. Eles criaram um equipamento que tem três borrachas funcionais que proporcionam diversos tipos de carga para os mais diferentes exercícios. E esse equipamento serve para que o astronauta possa fazer atividade física em qualquer ambiente, porque fica ancorado ao chão do local que ele estiver”.

De acordo com Clóvis, o projeto é feito com materiais de fácil acesso e que possuem um custo baixo, facilitando a produção do equipamento. “A equipe está utilizando para o protótipo do equipamento tensores elásticos, uma fita chamada fita cadarço, que é para fazer ancoragem do astronauta, o mosquetão, e fita de alta fusão para poder prender os tensores nos mosquetões para fazer a acoplagem”, disse.

A equipe vai apresentar essa inovação na etapa nacional do Torneio SESI de Robótica FIRST® LEGO® League, que será disputada na cidade do Rio de Janeiro, a partir desta sexta-feira (15).

Criada em 2012, a equipe participou de todas as etapas regionais do torneio e é uma das mais antigas equipes de robótica do SESI a participar da competição. A equipe é composta por oito jovens, moradores de Candeias e São Francisco do Conde, com idades entre 12 e 15 anos, estudantes do Centro Integrado de Atividades Serviço Social da Indústria (SESI), de Candeias. Será a segunda vez que o grupo irá participar de uma etapa nacional.

A jovem Thaynara Gonçalves, de 14 anos, é uma das integrantes da Robolife. Segundo ela, a robótica trouxe diversos benefícios, inclusive novas amizades. “A robótica assumiu uma grande importância para mim, pois com ela eu aprendi a ser mais responsável, persistente, criativa e mais organizada. Isso tudo por ter conseguido aplicar os valores na minha vida pessoal e escolar. Além disso, fiz várias amizades, até mesmo de outros estados do Brasil. E o mais importante, que acima de tudo, com a robótica, eu adquiri conhecimento”, afirma.

Foto: Arquivo Pessoal

O torneio

O desafio da temporada do Torneio SESI de Robótica FLL deste ano, “Into Orbit”, explora a temática espacial, envolvendo satélites, comunicação, sobrevivência e aspectos psicológicos a que os astronautas estão sujeitos em uma viagem espacial. Crianças e jovens de 9 a 16 anos podem participar da competição.

O coordenador de robótica do SESI Bahia, Fernando Didier, destaca a dedicação e os resultados obtidos pelos alunos baianos com a robótica. “Eles imergem no processo de uma forma impressionante. E a gente não precisa mais comentar isso com eles.Eles vão atrás, extrapolando o famoso “tio Google”. Eles não estão mais nessa. Eles vão atrás de possibilidades para buscar algo que é, inclusive, critério de avaliação que é o ineditismo, a coisa da inovação”, defende.

O SESI investe em programas de robótica desde 2006 e é o responsável pela realização do torneio no Brasil. Cada equipe deve ter obrigatoriamente dois treinadores: técnico e mentor; e entre dois e 10 competidores. As equipes precisam resolver um conjunto de problemas do mundo real vivenciados por profissionais como cientistas e engenheiros.

 

 

 

 

 

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