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“Estamos perdendo nossa juventude”, afirma deputada Kátia Oliveira sobre Atlas da Violência

 

A deputada estadual Kátia Oliveira afirmou que são preocupantes os números de homicídios na Bahia divulgados pelo Atlas da Violência, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na última quarta-feira (5). Segundo o estudo, o volume de assassinatos cresceu 4,4% em 2017 comparado ao ano anterior no estado – saiu de 7.171 para 7.487 casos.

Kátia Oliveira chama a atenção para outro dado preocupante: a maioria das mortes são de homens negros e jovens, com idade entre 15 e 29 anos. De acordo com o Atlas, do total de homicídios em 2017, dado mais recente disponível, 7 mil eram homens, 6.798 negros, e 4.522 jovens.

“Estamos perdendo nossos jovens para a violência. As vítimas de homicídios são, em sua maioria, homens negros, jovens e da periferia, muitas vezes sem acesso a direitos básicos. O Estado precisa olhar para a juventude, acolher esses jovens, não se pode abandoná-los, pois são eles que vão construir o futuro desse país”, ressalta a deputada.

Para ela, a Bahia é carente de políticas mais efetivas de combate e prevenção à violência. “O crescimento no número de homicídios mostra que o governo do estado tem falhado no seu dever de garantir segurança para a população baiana, na capital e no interior. Faltam, especialmente, políticas sociais e inclusivas para a população periférica”, destaca.

Mulheres

Outro dado que preocupa no Atlas da Violência foi o número de homicídios de mulheres em 2017, quando foram contabilizados 487 casos. Em relação a 2016, quando a pesquisa registrou 441 mortes, a elevação foi superior a 10%. “Embora seja um número bem menor em relação aos homens, preocupa o aumento, pois evidencia mais uma vez a falta de políticas de combate e prevenção. As mulheres já são vítimas de violências diárias, e precisam ter uma atenção especial do poder público”, pontua a deputada.

Em todo o Brasil, o aumento no volume de homicídios de mulheres foi de 6,3% – saiu de 4.645 para 4.936 casos. No número geral, o Atlas mostra que o Brasil teve 65.602 pessoas assassinadas em 2017. Foram 1.707 mortes a mais em relação ao ano anterior.