Com a saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do governo, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, intensificou as perdas nesta sexta-feira, 24, e às 12h22, chegou a recuar 9,58%, aos 72 mil pontos, menor valor do dia. Às 14h50, a desvalorização era de 6,53%, aos 74.467,44 pontos.
O dólar iniciou as negociações do dia já em alta de quase 1%, e, às 11h15, atingiu R$ 5,73, mais novo recorde nominal da cotação da moeda americana. Às 14h50, era negociado a R$ 5,7279, com alta de 3,60%
Nesta sexta, a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, foi oficializada via decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) e assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Na quinta-feira, 23, ao ser comunicado por Bolsonaro sobre a decisão, Moro já havia ameaçado deixar o governo, alegando que não poderia aceitar mudanças na chefia da PF. A saída de Moro ocorre uma semana depois da demissão de Luis Henrique Mandetta do Ministério da Saúde.
Os investidores intensificaram a venda de ativos brasileiros em meio ao aumento do risco político pela repercussão negativa da mudança no Ministério da Justiça. O Ibovespa ameaçou acionar o circuit breaker, quando as negociações são interrompidas por um determinado tempo, afetado por fortes perdas das estatais.
Além das ações da Petrobrás, companhia brasileira que tem forte peso no Ibovespa, outras blue chips, ações de empresas de grande porte, foram fortemente afetadas pelo discurso do agora ex-ministro Moro. No início da tarde, Vale ON tinha queda de 2,21%. No caso da mineradora, operadores apontam que a alta do dólar ajuda a empresa, que tem receitas dolarizadas.
Entre os bancos, Itaú Unibanco PN tinham perdas de 6,53%, enquanto Bradesco ON cai 11,01%, e os papéis PN recuam 9,20%. Banco do Brasil ON, tinha a maior baixa do setor, de 13,19%. Com a saída de Moro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, agora está sob os holofotes. Ruídos em torno do nome dele cresceram após o cancelamento de participação em lives marcada para esta sexta-feira.
Euro também em alta
Além do dólar, o euro, moeda oficial da União Europeia, também tem crescimento expressivo neste ano. Desde janeiro, a valorização é de mais de 30% frente ao real. No primeiro dia do ano, a moeda era cotada em R$ 4,50. Na manahã desta sexta atingiu seu mais novo recorde nominal, ultrapassando, pela primeira vez, a marca de R$ 6, chegando a R$ 6,17.
Este ano o dólar já acumula alta de mais de 40%, em em meio a todo o caos econômico provocado pela pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, e, em alguns momentos, por fatores de instabilidade política no País. Para se ter uma ideia, no início de janeiro, a moeda tinha cotação próxima de R$ 4.
Estadão
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