Ansiedade: o inimigo silencioso que paralisa vidas
A ansiedade tem deixado de ser apenas uma palavra comum no vocabulário cotidiano e se transformado em um dos maiores desafios de saúde mental do nosso tempo. É um inimigo silencioso, que paralisa rotinas, mina relacionamentos e rouba o prazer de viver — tudo isso, muitas vezes, sem alarde.
A ansiedade é uma resposta natural do corpo diante de situações de perigo ou estresse. O problema começa quando essa resposta se torna constante, mesmo sem uma ameaça real. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior número de pessoas ansiosas no mundo: estima-se que mais de 18 milhões de brasileiros convivam com algum transtorno de ansiedade.
E o mais preocupante é que, na maioria dos casos, os sintomas passam despercebidos até por quem sofre com eles. Batimentos acelerados, insônia, sensação de sufocamento, dores no peito, pensamentos acelerados ou até mesmo bloqueio para realizar atividades simples do dia a dia são sinais que muitas vezes são normalizados ou atribuídos ao “estresse da vida moderna”.
A psicóloga Ana Ribeiro explica que “a ansiedade não tem cara. Ela pode afetar um profissional bem-sucedido, um estudante, uma dona de casa. É silenciosa, e justamente por isso, perigosa”.
Para Júlia Martins, de 32 anos, o diagnóstico veio após anos de crises sem explicação. “Eu sentia que algo estava errado, mas achava que era normal. Só percebi o quanto a ansiedade estava dominando minha vida quando não consegui sair de casa para ir ao trabalho”, relata.
O caminho do tratamento exige coragem, paciência e apoio. Terapias, mudanças de hábitos, exercícios físicos, medicação (em alguns casos) e, acima de tudo, o reconhecimento de que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de força.
“Muita gente acha que é só ‘pensar positivo’, mas a ansiedade é um transtorno que precisa de acompanhamento. E sim, é possível superar, mas exige força de vontade e acolhimento”, reforça a psicóloga.
Viver com ansiedade é como tentar correr com uma pedra no peito. Quem sofre precisa saber: não está sozinho. E quem está por perto, precisa olhar com mais empatia, porque o inimigo é invisível, mas a dor é real.
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