Cultura plural e libertadora. Com estas inspirações, durante o Desfile Cívico desta quarta-feira (28/9), em celebração aos 264 anos de emancipação política de Camaçari, a Secretaria da Cultura (Secult) levou para a avenida 28 de Setembro, uma homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna, tema norteador das ações da pasta em 2022. O resultado foi um espetáculo que encantou o público. Através de 13 diferentes alas, os alunos dos equipamentos culturais geridos pela pasta apresentaram o modernismo, um movimento cultural democrático e inclusivo, que revolucionou a arte brasileira, com a valorização da expressão artística nacional e rompendo com a estética tradicional. Estas são primazias consonantes com as da gestão, que tem pautado suas ações propondo uma cultura para todos. Cerca de 330 pessoas estiveram envolvidas, entre alunos, professores e demais servidores. A ala ‘Das Telas Para O Mundo’ foi representada pelo curso de teatro da Cidade do Saber, que levou para a avenida, telas de alguns dos principais artistas plásticos da primeira fase do modernismo no Brasil. O professor Junior Oliveira contou sobre o processo de construção da apresentação. “Estudamos, fizemos diversas práticas e ensaios, mas também demos espaço para o improviso”, afirmou. Já os alunos de dança contemporânea da instituição, integraram a ala ‘Aristas Em Cena’, que apresentou musicistas, pintores e escritores que participaram da Semana da Arte Moderna, em 1922, e que se tornaram expoentes expressivos do movimento. O aluno Hebert Costa foi um dos que desfilaram e elogiou a temática. “É um assunto necessário, porque o modernismo revolucionou a nossa cultura. É importante abordarmos o tema, já que muitas pessoas não conhecem”, opinou. Esta é a terceira vez que José Adilson Silva, aluno de dança de salão da Cidade do Saber, participa dos desfiles cívicos. A ala da modalidade, nominada ‘Primavera Em Amarelo’, fez referência ao Setembro Amarelo, mês destinado à prevenção ao suicídio. Os integrantes traziam uma rosa amarela, simbolizando a ternura e a alegria, destacando a inspiração do modernismo em compreender que a arte cura e liberta. “Eu amo desfilar, e este ano é especial, por trazermos esse tema tão importante, que é um alerta para as pessoas”, disse. A ala ‘Cidade Em Movimento’ foi integrada por alunos de ginástica rítmica. Com fitas azuis e brancas, eles simbolizaram as cores da bandeira de Camaçari. A professora Tânia Lyrio explicou que, através dos movimentos do corpo, os alunos representaram ainda a temática do centenário da Semana de Arte Moderna. “Eles estão superempolgados e estiveram bastante envolvidos no processo de construção da apresentação”, pontuou. O Desfile Cívico também contou com a participação dos alunos de zumba da Pracinhas da Cultura, com a ala ‘Liberdade Que Dança’. Os integrantes trajavam camisas em tie-dye, técnica artística manual em alusão à cultura hippie, o que remete à Aldeia Hippie de Arembepe. Este movimento da contracultura foi fortemente inspirado nas ideias modernistas e no tropicalismo, rompendo o conservadorismo vigente e propondo mudanças no comportamento social. A aluna Sandra Rosário foi uma das que participaram e disse que amou a escolha da vestimenta. “Supercolorido. Eu adoro participar dos desfiles cívicos”, destacou. Ainda participaram do desfile, alunos do Conservatório de Música da Cidade do Saber, que executou um repertório de músicas brasileiras; de ballet; aeróbica; dança moderna; e de dança do ventre; além dos participantes do concurso cultural A Voz de Camaçari Kids. Também abrilhantou o ‘bloco da Secult’, apresentações da Quadrilha Junina Fogueira Santa, das associações de capoeira Estilo e Malícia e Sementes do Mestre Coelho, e do grupo Beira de Rua.
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