O QUE É NOTÍCIA, VOCÊ CONFERE AQUI!

Vereadora aciona a Justiça após ser chamada de “Cara de vaca” em sessão

 

A vereadora de São Carlos, no interior de São Paulo, Raquel Auxiliadora dos Santos (PT) entrou com uma representação criminal no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) contra o também vereador do município, Paraná Filho (PP). A notícia crime acusa o parlamentar de violência contra mulher no exercício do mandato eletivo por tê-la chamado de “cara de vaca”.

Na sessão legislativa da Câmara de São Carlos, realizada na última terça-feira (7/5), Paraná Filho se refere à vereadora como “cara de vaca, cara de pau” em uma discussão sobre o sigilo imposto pelo governo federal a informações sobre fugas de presos de penitenciárias e sobre a agenda da primeira-dama Janja Lula da Silva.

Raquel Auxiliadora então pede que a fala do vereador seja incluída na ata da sessão, quando ele a interrompe e diz que “jamais imputaria isso às coitadas das pobres vaquinhas”.

Ele alega ter se referido à colega como “cara lavada”: “Cara de vaca eu não falaria até porque não tenho nada contra as vacas, jamais imputaria isso contra as coitadas das pobres vaquinhas. Cara de vaca eu jamais chamaria a senhora até em respeito aos animais”, disse o vereador.

O advogado Renato Ribeiro de Almeida, que defende a vereadora, alega que “mais do que um ‘ato falho’, as atitudes do vereador representam uma violência de gênero contra uma legisladora durante o exercício de seu mandato, o que é inadmissível”.

Na representação protocolada na 121ª Zona Eleitoral de São Carlos, a defesa cita humilhação e constrangimento “tão somente por sua condição de mulher”, em uma sessão legislativa, na presença de diversas pessoas.

“Vale lembrar que os termos como ‘vaca’ e ‘cachorra’ são exemplos claros de linguagem misógina e depreciativa que são frequentemente usados para desvalorizar e diminuir as mulheres. ‘Vaca’, por exemplo, muitas vezes é empregado para difamar mulheres que desafiam normas de gênero ou que se recusam a se conformar com expectativas tradicionais de feminilidade”, afirma o documento.