Uma vaquinha virtual aberta para arrecadar fundos para a defesa de Luigi Mangione, acusado de matar o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, em Nova York, na semana passada, já arrecadou US$ 78 mil, o equivalente a R$ 472 mil.
Os organizadores da campanha, aberta no site GiveSendGo, argumentam que não tem como objetivo “celebrar a violência”, mas acreditam “no direito constitucional de representação legal justa”. Eles também dizem que estão em contato com Mangione por carta e, caso “ele optar por rejeitar os fundos, eles serão doados para fundos legais para outros prisioneiros políticos dos EUA”.
Nos comentários deixados pelos apoiadores, muitos protestam contra as seguradoras e o sistema de saúde americano.
“Meu apoio e orações por um jovem corajoso que sacrificou seu futuro para lutar por milhões de americanos contra seguros gananciosos e antiéticos”, diz um homem.
Além da campanha, outras demonstrações de apoio a Mangione também vem sendo registradas. Em Nova York, cartazes de “Wanted” com rostos de outros CEOs foram colados pela cidade. Sites estão vendendo produtos de Mangione, incluindo chapéus com “CEO Hunter” impresso em um alvo.
Felipe Rodriguez, ex- detetive do Departamento de Polícia de Nova York, expressou consternação com a reação popular à agência de notícias Reuters.
“Eles o tornaram um mártir por todos os problemas que as pessoas tiveram com suas próprias companhias de seguros. Quem nunca teve problemas com seu seguro? Mas ele é um assassino frio como pedra”, lamentou.
Mangione está detido na Pensilvânia, após ser preso em uma lanchonete no estado, sob acusações de porte de arma e falsificação, enquanto promotores em Nova York buscam sua extradição. Seu advogado disse que ele planeja se declarar inocente das acusações.
Nesta quinta-feira (12), a polícia informou que uma lesão na coluna que “mudou sua vida” pode ter contribuído para que Mangione cometesse o crime.
Nesta sexta, um porta-voz da UnitedHealth, onde Brian Thompson trabalhava, afirmou que o jovem não era cliente da seguradora de saúde.
Em um artigo no “New York Times” nesta sexta-feira, o CEO da empresa, Andrew Witty, lamentou a morte de Thompson e disse que entende as frustrações do público com o “falho” sistema de saúde dos EUA.
“Ninguém projetaria um sistema como o que temos, e ninguém o fez. É uma colcha de retalhos construída ao longo de décadas. A assistência médica é intensamente pessoal e muito complicada, e as razões por trás das decisões de cobertura não são bem compreendidas. Compartilhamos parte da responsabilidade por isso. Junto com empregadores, governos e outros que pagam por cuidados, precisamos melhorar como explicamos o que o seguro cobre e como as decisões são tomadas”, escreveu.
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