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TVs abertas e operadoras travam briga de cachorro grande no Brasil

 

As últimas semanas têm sido tensas no mundo da TV. Confira partes da entrevista exclusiva com Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de TVs por Assinatura (ABTA).

Na entrevista ele expicou porque a entidade se opõe (no momento) a remunerar Record, SBT e RedeTV! pela cessão de seus sinais digitais às operadoras.

Já falamos sobre isso, mas não custa relembrar.

Como todos vocês queridos e queridas sabem, os canais abertos são incluídos nos pacotes de TV paga, você queira ou não. Hoje as operadoras só remuneram a Globo (e a Band, por tabela, que vende um pacote que inclui seus canais pagos também) pela cessão de seus sinais.

Por causa disso, as “três TVs irmãs” criaram a Simba, para defender seus interesses: elas querem ser remuneradas também. Justo, não?

Em termos. Simões, da ABTA, diz que o momento da reivindicação dessas TVs não poderia ser pior: país em recessão, desemprego em alta, pacotes de TV por assinatura não têm sofrido reajustes… Para ele, se mais esse custo for adicionado ele teria de ser repassado aos clientes, e a hora, diz, é de segurar gastos familiares, e não ampliá-los.

A Simba passou os últimos meses ameaçando cortar o sinal de suas três representadas no próximo dia 29, quando “morre” o sinal analógico de TV em São Paulo e começa a era 100% digital.

Segundo um executivo da Simba, ouvido pela coluna, a promessa de corte de sinal não deverá ocorrer no próximo dia 29, mas acabará ocorrendo de um jeito ou de outro caso as operadoras insistam em não remunerar as “três irmãs”.

A ABTA também é enfática e diz que se Record, SBT e RedeTV! teimarem na cobrança, o maior prejudicado será o assinante.

“Se estas emissoras cortarem seus sinais da TV por assinatura, o consumidor que desejar acompanhar esta programação terá que instalar uma antena para captar os sinais digitais de TV aberta, que poderão ser acessados gratuitamente.”

Em outras palavras, se cortarem o sinal, paciência. Quem quiser assistir à programação dessas três emissoras terá de se virar, comprar kit, antena, contectá-las por outro sistema etc.

O problema, no entanto, não é tão simples. Pelo contrato que assinamos na hora de comprar um pacote, no caso do desligamento de canais as operadoras são obrigadas diante do consumidor a:

1) substituí-los por outros canais de conteúdo semelhante (nesse caso, impossível);

2) baixar o valor da mensalidade (valor do desconto teria de ser combinado e aceito por ambas as partes);

3) a operadora aceitar o cancelamento da assinatura sem quaisquer ônus para o cliente que não quiser mais o serviço -independentemente de há quanto tempo ele seja assinante.

Antevendo essa posição da ABTA, a Simba já vem negociando há semanas um possível acordo para cessão de conteúdo ao Netflix.

Resumindo, como diz o título de hoje desta coluna dominical, trata-se de uma briga de cachorros grandes, mas tudo indica que quem vai acabar sendo mordido somos nós, os inocentes.

Curiosamente…

O que chama a atenção é que, apesar de estarem digladiando com as operadoras o relacionamento entre canais abertos e pagos nunca foi tão bom. Basta ver como programas da TV aberta estão cada vez mais se replicando também na TV paga. A saber:

A série Sem Volta, da Record, sendo exibida no canal A&E; o Fábrica de Casamentos, do SBT, e o Pesadelo na Cozinha, da Band, que estão sendo exibidos no Discovery Home & Health; o The Noite, do SBT, sendo exibido no Comedy Central. Isso sem falar na Globo, que despeja boa parte de sua programação das antigas em canais pagos como o Viva.

Parceria

Por último, a relação entre as três TVs que compõem a Simba nunca foi tão boa, inclusive com empréstimos e troca-troca de estrelas em seus programas. Na semana passada, Fabio Porchat (Record) estava na estreia de O Céu é o Limite, da RedeTV! E um dos próximos convidados da atração do vice-presidente e apresentador Marcelo de Carvalho será Danilo Gentili, do SBT.

Já as estrelas da Record estão sendo disponibilizadas para participar de quadros do SBT, e vice-versa.

 

Fonte : UOL