Quando qualquer economia cresce – mesmo que de forma extremamente tímida, como acontece no Brasil – a expectativa é que surjam mais empregos, mais investimentos e, com isso, a produtividade de cada trabalhador aumente.
Não é o que acontece no Brasil de Bolsonaro, entretanto, segundo reportagem de Vinícius Neder no Estadão.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que a produtividade por hora trabalhada – ou seja, a média de quanto cada trabalhador consegue produzir em determinado período – permaneceu estagnada em 2018 e teve duas quedas consecutivas em 2019: -1,1% no primeiro trimestre e -1,7% no segundo trimestre.
E de quem é a culpa?
Segundo a FGV, a responsabilidade recai sobre o trabalho informal – como o trabalho intermitente criado pela Reforma Trabalhista do Temer, ou o “Programa Verde Amarelo” de Bolsonaro e Paulo Guedes.
Explica-se: 75% das vagas geradas entre 2018 e 2019 são vagas informais, com salários mais baixos e em atividades menos produtivas. São trabalhos com característica de “bico”.
“Essas horas trabalhadas estão indo para atividades aparentemente pouco produtivas. (…) As horas trabalhadas aumentam, mas o valor adicionado, não. Por isso, a produtividade cai. Temos mais gente, mais horas e a produção não aumenta”, afirma Fernando Veloso, pesquisador da FGV.
Além disso, de acordo com o levantamento, os trabalhadores que entraram para o mercado informal em 2019 ganham, em média, metade daqueles que já estavam em empregos informais em anos anteriores: R$ 823,49 por mês contra R$ 1.588,06.
O Brasil tem, hoje, 38,8 milhões de pessoas em situação de informalidade – 41,4% de toda a população ocupada.
Conversa Afiada
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