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Temer diz que ‘não há risco’ de ‘intervenção militar’ por protesto de caminhoneiros

SÃO PAULO — Em entrevista à imprensa estrangeira em fórum de investimentos em São Paulo, o presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta terça-feira que “não  risco” de “intervenção militar” em decorrência da paralisação de caminhoneiros, que chega ao seu 9º dia. Cartazes e faixas pedindo intervenção militar para derrubar o governo foram visto com alguns grevistas.

Após sua participação na abertura do Fórum de Investimentos Brasil de 2018, Temer disse ainda que a redução do preço do óleo diesel anunciada pelo governo como parte das medidas para tentar acabar com a greve não irá reverter as reformas realizadas pela Petrobras para garantir a independência da estatal.

Durante sua palestra, no evento que foi organizado pelo governo federal e pelo Banco Interamericano de Investimento, Temer chegou afirmar que age com “autoridade” para preservar a ordem.

Aqueles que rejeitam o diálogo e tentam parar o Brasil, nós exercemos autoridade para preservar a ordem e os direitos da população. Mas antes disso o diálogo é fundamental para o exercício do que a constituição determina. Ou seja, a democracia plena no nosso país.

O movimento se posiciona contra a atual política de preços da Petrobras, contra a venda de ativos pela estatal — incluindo o controle de quatro refinarias — e defende a saída do presidente da companhia, Pedro Parente.

Temer esteve acompanhado no evento de seis ministros, entre eles Aloysio Nunes, das Relações Exteriores. Na entrada do auditório do evento, os participantes foram proibidos de entrar com tampas de garrafas d’água e suco que eram distribuídas no local. Seguranças alegavam que poderiam ser atiradas no presidente.

 

9º DIA DE GREVE

Mesmo com o anúncio de um acordo feito pelo Governo Federal no último domingo, pelo menos 17 estados brasileiros e o Distrito Federal têm manifestações no nono dia de paralisação dos caminhoneiros contra o preço do combustível. A Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB) estimou que, como resultado da paralisação, deixaram de exportar 1 bilhão de dólares em produtos.

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Na segunda-feira à tarde, o presidente chegou a afirmar que tinha “absoluta certeza de que em um ou dois dias essa greve cessará”. Temer se comprometeu a baratear o diesel em R$ 0,46 por 60 dias, mas motoristas ainda mantém protestos em vias do país. A polícia e as Forças Armadas escoltam veículos com alimentos e insumos, que já chegam ao maior quantidade aos centros de distribuição e centros comerciais.

 

 

Já o ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, chegou a se referir a empresários do setor de distribuição de combustíveis de “inescrupulosos” durante entrevista à rádio CBN, nesta terça-feira. Jungmann disse que eles “vão pagar” pelo que afirma ser o locaute que está por trás da paralisação dos caminhoneiros.

 

 

 

oglobo.globo.com