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Sobe para 21 número de denúncias contra médico suspeito de abuso e importunação sexual na Bahia

Casos são investigados em Itabuna. Após agente de saúde denunciar médico, outras mulheres registraram queixa contra ele.

Subiu para 21 o número de denúncias de abuso e importunação sexual contra o médico Antônio Mangabeira, em Itabuna, no sul da Bahia. De acordo com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade, após uma agente de saúde procurar a polícia, outras mulheres registraram queixa contra ele. Em nota, o advogado do suspeito negou as acusações.

Quando a agente de saúde Romilda Jesus da Silva foi atendida pela terceira vez pelo médico, em 9 de julho, ela teve certeza de que havia sofrido um abuso sexual. Ela saiu da consulta e foi direto para a delegacia, onde registrou o caso.

À polícia, Romilda contou que procurou o médico para investigar um desconforto no estômago e tonturas frequentes. Na ocasião, ela disse que teve os seios e a parte íntima tocadas pelo profissional. Além disso, ela foi beijada na boca pelo suspeito.

“Eu percebi que era um abuso, que eu estava sendo abusada”, relatou.

Antônio Mangabeira já tinha sido denunciado outras três vezes por importunação sexual. Depois da denúncia de Romilda, mais dois casos foram registrados, somando seis queixas contra o profissional.

Nesta semana, outras 15 denúncias foram registradas na Deam de Itabuna.

Conforme a polícia, todos os abusos investigados aconteceram durante exames clínicos. Apesar disso, não foi confirmado se todos os casos se passaram na Oncosul, onde a vítima Romilda Jesus da Silva foi atendida no dia que fez a denúncia.

Ainda de acordo com a polícia, o suspeito ainda não foi intimado, porque o objetivo é que todas as vítimas sejam ouvidas antes.

O advogado do suspeito já foi até a delegacia e informou que, quando for intimado, o médico vai comparecer.

Confira nota de posicionamento do advogado do suspeito:

 

“A liberdade de expressão é balizada pelo binômio liberdade e responsabilidade e deve observar o princípio constitucional da presunção de inocência. Embora Dr. Mangabeira esteja ávido para esmiuçar cada prova e apresentar sua defesa pessoal, os trâmites legais e sigilo das investigações impedem que ele venha a público se defender nesse momento, tendo a autoridade policial já anunciado que irá ouvi-lo por último. Assim, resta somente opção de acessar o judiciário para ter o mesmo direito de qualquer outro cidadão de não ser tratado publicamente como culpado antes de ao menos ter sido ouvido, muito menos processado e condenado. Ademais, são 68 anos de vida e 42 anos de profissão sem uma mácula”.

Confira nota de posicionamento da ONCOSUL:

 

“Com mais de 35 anos de atuação, a Oncosul conta com um vasto corpo clínico e uma equipe de funcionários comprometidos com o bem estar e a dignidade humana. Repudiamos veementemente qualquer forma de assédio e reafirmamos nosso compromisso com a ética e a transparência. Estamos colaborando integralmente com as autoridades competentes para a investigação dos fatos, que devem ser apurados pelas instâncias legais, sempre com respeito ao contraditório e ampla defesa.

Aos nossos pacientes, podemos assegurar que as medidas apropriadas serão tomadas, para preservar a integridade e a confiança de todos os que buscam os nossos serviços”.

Nota do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia

 

“O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) informa que tomou conhecimento do caso através da imprensa e das redes sociais, abrindo assim uma sindicância ex-officio para apuração.

Em tempo, o Cremeb orienta que as denunciante(s) também registre(m) a sua(s) denúncia(s) na entidade. A denúncia pode ser feita na Representação Regional Sul, em Itabuna, ou através do Portal Cremeb, seguindo os pressupostos informados no próprio site.

Em decorrência da disposição prevista no Código de Processo Ético-Profissional, esclarecemos que todos as sindicâncias e processos na autarquia federal tramitam em sigilo processual, respeitando o amplo direito de defesa e o contraditório. Por fim, havendo sanções públicas transitadas em julgado, serão disponibilizadas para conhecimento da sociedade”.