As celebrações do Dia da África destacam especialmente a real história do continente africano, bem como a presença e as contribuições daqueles povos na formação das culturas e das identidades brasileira. Nesta segunda-feira (19), o deputado estadual Bira Corôa realizou a já tradicional sessão especial em homenagem ao 25 de maio, que, este ano, além de valorizar as contribuições dos povos Iorubanos, comemorou a aprovação e sanção da Lei 13.693/2017. Sessão também homenageou personalidades ligadas à manutenção do legado Iorubano no estado.
“Estamos pela décima vez nesta ação estratégica que ressignifica a história e faz o caminho inverso das perversidades impostas pelos regimes de violência e exclusão impostos ao continente africano. Mostramos aqui que a África não é um pedaço de chão isolado, mas o berço da história do mundo. É preciso reconduzir a África ao seu lugar de destaque e reconhecer que nenhuma outra civilização do mundo conseguiu, ao longo de sua história, transmitir tanto conhecimento por meio da oralidade”, disse Bira Corôa, que também preside a Comissão Especial de Promoção da Igualdade. Parlamentar relembrou também que a data passou a integrar as ações institucionais durante os Governos Lula.
Já a palestrante, professora Vanda Machado, direcionou sua fala
aos estudantes do Colégio Estadual Nelson Mandela e das escolas Sete de Setembro e Cidade de Jequié presentes na sessão, estabelecendo a necessidade da força e união da juventude em comparação aos galhos fortes de árvores tradicionais no Candomblé, denominadas iroko. Segundo ela, “a ancestralidade é o que segura e dá força, refazendo o papel das raízes. Como numa árvore, cada um (cada galho) segue seu caminho, mas conectados a uma mesma base, uma raiz comum”.
Representando as religiões de matrizes africanas, a yalorixá Diana de Oxum, do terreiro Egibé Axé, trouxe para a celebração um pouco de sua história de luta e batalha. “Falar de África é agregar. É falar de mulher negra, de mulher forte”, destacou.
Quem também prestigiou a atividade foi a secretária de Promoção da Igualdade, Fabya Reis, que ressaltou a atividade como “um encontro entre mais velho e mais novos. Um encontro para falar das dívidas que o mundo tem com África, falar da real história dos afrodescendentes no mundo”.
Legado e história
Os Iorubás são um dos maiores grupos étnicos linguísticos da África Ocidental e configura uma das mais significativas culturas da história do continente africano. Os Iorubás deixaram profundas marcas na cultura a na sociedade brasileira, com expressivas influências na linguagem, culinária e religiosidade. Integram o legado Iorubano no Brasil o culto aos orixás Xangô, Oxóssi, Oxum, Iemanjá e Oxála. Já na culinária, inseriram nos cardápios, sobretudo baianos, o acarajé, moquecas, bobó, entre outros, além das sobremesas cocadas e o tradicional doce de banana. Na linguagem, palavras como axé, babá, abadá, búzios, borocoxô e outras enriqueceram e diversificaram o Português brasileiro.
Projeto de Lei
De autoria do deputado Bira Corôa, a Lei 13.693/2017 foi aprovada por unanimidade no Plenário da Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Rui Costa em janeiro deste ano. A legislação insere no calendário oficial do Estado da Bahia o Dia Estadual de Comemoração ao Dia da África, a ser celebrado em 25 de maio. De acordo com o proponente, “a iniciativa é uma maneira de manter vivos os ideais que permitiram a autodeterminação dos povos africanos e libertação daquele continente”.
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