Em depoimento no dia 20 de julho no Ministério Público Federal (MPF), o senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado no inquérito que investiga o suposto vazamento da operação da Polícia Federal que atingiu Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador, disse que o empresário Paulo Marinho “entendeu errado”.
Na ocasião, Marinho explicou que em um encontro na casa dele, o advogado Victor Granado, amigo de infância de Flavio Bolsonaro, contou como tudo teria acontecido. O vazamento partiu de um delegado da PF, que teria adiantado que a operação atingiria pessoas ligadas a Flavio. O senador se irritou ao ver o vídeo. “Vou ter que ficar ouvindo isso aqui cinco horas? Não vou aguentar, com todo o respeito, doutor”, rebateu.
O parlamentar confirmou em seguida que pediu uma reunião com Paulo Marinho no dia 13 de dezembro de 2018 na casa do empresário, no Rio. E que foi aconselhado a fazer isso pelo pai, o então presidente eleito Jair Bolsonaro. Ele admitiu que motivo foi o noticiário sobre as movimentações financeiras de Fabricio Queiroz, seu ex-assessor. Mas afirmou que queria apenas a indicação de um advogado, conforme o G1.
Procurador: “Eu quero saber o seguinte: a motivação que o senhor teve para fazer esse movimento de conversar com o senhor Paulo Marinho, de ter ido a essa reunião, teria sido a preocupação com essa notícia?”. Flavio Bolsonaro: “Para mim, não é nada (inaudível) com o Queiroz. Todo mundo, a imprensa atirando pedra em mim, eu tinha que me defender, eu tinha que buscar (inaudível). Foi essa intenção, porque o Paulo Marinho, eu tinha a percepção que ele era uma pessoa bem relacionada no mundo jurídico, então, fui consultá-lo, se ele tinha uma pessoa para me indicar, foi isso.”
O procurador lembrou que Paulo Marinho disse que soube do vazamento pelo amigo de Flavio, Victor Granado, mas Flavio Bolsonaro negou ter recebido informações adiantadas sobre a operação. “Ele, certamente, ouviu uma coisa e entendeu errado”, declarou Flávio. Procurador: “A minha pergunta é se o senhor falou”, seguiu. Flávio: “Não ouvi”, respondeu Flavio. O procurador então questionou: “Nunca ouviu de reunião?”. Flavio: “Nunca ouvi de reunião que aconteceu na porta da Polícia Federal para isso”, disse o parlamentar.
Flavio esteve na sede da PF no Rio no mesmo período em que Paulo Marinho alega ter havido vazamento. Segundo o parlamentar, era contumzar ele ir à Polícia Federal em reuniões de associações que representam policiais e que não sabe precisar datas. Em seguida, o procurador mostrou um trecho do depoimento de Victor Granado. O advogado e amigo de Flavio invocou o dever de sigilo não revelar o que foi tratado na reunião na casa de Paulo Marinho.
O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro já ouviu as principais testemunhas. Agora, o MP quer analisar as imagens do circuito interno da casa de Paulo Marinho. O foco da investigação é desvendar o que de fato aconteceu naquela reunião de dezembro de 2018 e se há novos indícios do suposto vazamento da Operação Furna da Onça. Marinho afirmou em seu depoimento que foi depois desse vazamento que Queiroz foi demitido do gabinete de Flavio Bolsonaro e a filha do ex-assessor Natalia Queiroz, do gabinete do então deputado federal e presidente eleito Jair Bolsonaro.
Rachadinha
A operação revelou movimentações financeiras suspeitas em gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, inclusive de Fabrício Queiroz. Flavio Bolsonaro não era investigado.
RADAR DA BAHIA
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