Neste 19 de abril, o Sábado Santo marca um momento especial para milhões de cristãos em todo o mundo. A data, que integra a Semana Santa, representa o período em que Jesus Cristo permaneceu sepultado antes de sua ressurreição, celebrada no Domingo de Páscoa. Em meio ao silêncio religioso e à expectativa espiritual, a data também traz tradições populares bastante peculiares, especialmente no Brasil.
Um dia de espera e reflexão
No calendário litúrgico, o Sábado de Aleluia é conhecido como um dia de recolhimento. Igrejas permanecem em silêncio, os sinos não tocam e as celebrações religiosas se concentram à noite, com a realização da Vigília Pascal — uma das missas mais importantes do ano para os católicos, marcada pela bênção do fogo novo e da água, leituras bíblicas e a celebração da ressurreição de Cristo.
Malhação do Judas: fé e crítica social
Ao mesmo tempo em que os templos mantêm um clima de respeito e contemplação, as ruas de diversas cidades brasileiras ganham vida com a tradicional “malhação do Judas”. A prática, de origem europeia e adaptada ao estilo brasileiro, consiste em confeccionar um boneco representando Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus.
Em muitos casos, o boneco vai além do personagem bíblico e assume a forma de figuras públicas, celebridades ou até políticos — servindo como crítica social bem-humorada (ou nem tanto). O Judas é “malhado” com paus, destruído ou até incendiado em praças, ruas e bairros, entre risos, aplausos e cânticos.
Entre o sagrado e o popular
Para estudiosos da religião e da cultura, o Sábado de Aleluia representa um exemplo claro da convivência entre o sagrado e o profano. Enquanto a Igreja propõe um dia de introspecção, o povo brasileiro transforma a data em um momento de expressão cultural e até de catarse coletiva.
Seja na cerimônia religiosa ou na malhação do Judas, o Sábado de Aleluia segue vivo como parte do imaginário e da identidade brasileira — uma mistura de fé, tradição e criatividade que se renova a cada ano.
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