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RMS: Rota da Independência é lançada em São Francisco do Conde

Com o propósito de homenagear os homens e mulheres das cidades de São Francisco do Conde, Santo Amaro, Cachoeira, Caetité, Salvador, Itaparica e Maragogipe – os quais participaram e lutaram arduamente para a consolidação da Independência do Brasil – a Secretaria de Cultura da Bahia (SECULT/BA), através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), tendo ainda a participação da Fundação Pedro Calmon (FPC), trouxeram para São Francisco do Conde a exposição itinerante Rota da Independência da Bahia. O lançamento aconteceu nesta segunda-feira, 20 de maio, ao som dos hinos 2 de Julho e de São Francisco do Conde, na Câmara de Vereadores franciscana, com a participação de autoridades e estudantes da rede municipal.

Presente a ação, o proprietário da Fazenda Engenho D’Água, o Sr. Mário Ribeiro, discorreu sobre a contribuição que tem dado a São Francisco do Conde e a Bahia pela preservação da história e de edificações que se encontram tombadas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)e IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) em sua fazenda. “O espaço é aberto democraticamente ao poder público, sem ônus, para que estudantes visualizem a história daquele lugar, que conta com uma capela datada de 1760 e foi residência onde viveu o Barão de São Francisco, Joaquim Inácio de Siqueira Bulcão, por exemplo. Portanto, busquem o estudo e a história para terem a independência de vocês. O conhecimento é algo que ninguém pode tomar da gente“, ressaltou Mário, dirigindo-se aos estudantes. O Engenho D’Água é datado de 1610 e foi um dos primeiros da região, através deste patrimônio é possível conhecer muito sobre a história do município.

Na oportunidade, o diretor legislativo José Raimundo Fonseca, representando o presidente da Casa, o vereador Antônio Santos Lopes (Pantera), reforçou que “temos um patrimônio riquíssimo e precisamos manter viva a história”. Ele ainda disse estar feliz em ver a Casa Legislativa repleta de estudantes. “Fiquei emocionado em vê-los entoando o hino da cidade com tanta vivacidadeque demonstra o nosso pertencimento”.

Em pronunciamento, o coordenador de Pesquisa do Centro de Memória da Bahia, da Fundação Pedro Calmon, o professor Walter Silva, traçou a Rota da Independência como “um projeto que difunde e preserva história do Brasil”.Ele disse ainda que “é da Câmara que emana poder do povo, então, fazer esse evento aqui, tem grande importância e simbologia para nós da fundação”. Igor Galvão, chefe de Gabinete da Fundação Pedro Calmon, colocou-se à disposição outros projetos culturais e educacionais que se possam construir com o órgão. “Estamos de portas abertas e vocês podem contar conosco”.

Na sequência, André Reis – diretor do Centro de Culturas Populares e Identitárias, que esteve representando a secretária de Cultura da Bahia, Arany Santana, falou do importante papel que a gestora representa nesta relação da ocupação de espaço em área da cultura, tendo em vista o fato dela ser a primeira mulher a assumir a SECULT/BA e ainda ser mulher negra. Depois, André Reis voltou-se à temática da exposição. “A Fundação Pedro Calmon ressalta a importância de retratar o 2 de Julho e a Independência da Bahia como momentos cruciais da nossa independência, e, por isso, estamos começando por São Francisco do Conde, que teve papel fundamental nesse processo. Painéis da exposição retratam os monumentos históricos de São Francisco do Conde dentro da Rota da Independência”. Na oportunidade, Reis anunciou que, por meio de parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), a universidade vai mapear as riquezas do município. Ele ainda parafraseou o pensador russo Leon Tolstói, que dizia: “quem queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. “Digo issocomo forma de reforçar nossa identidade a partir de um momento tão importante como foi o 2 de Julho”, concluiu.

A exposição itinerante Rota da Independência da Bahia conta com 54 painéis, que estarão expostos no Mercado Cultural da cidade (orla marítima), retratando a arquitetura dos imóveis e monumentos que fizeram parte do roteiro com o objetivo de consolidar a importância das cidades envolvidas para a independência da Bahia e do Brasil. Sob esta ótica, autoridades locais, presentes à mesa, colocaram sua opinião.

Hoje eu quero apenas agradecer por este momento. Vocês, estudantes, são os responsáveis pela história do nosso município e esse é um momento oportuno de conhecer a história da nossa cidade”, destacou o secretário de Cultura, Osman Ramos.

Esse é um momento para vocês, estudantes, acessarem mais uma riqueza histórica de nosso município. Temos hoje um arsenal de professores de história por metro quadrado aqui, que vão tornar o ambiente mais rico acerca da história de nossa cidade”, disse em tom de brincadeira o secretário da Educação, Marivaldo do Amaral. O secretário destacou ainda a proposta de mudança da celebração da Independência do Brasil. “Lembro que quando anunciamos a mudança foi uma chuva de críticas. Queremos fazer justiça com povo de São Francisco do Conde, porque a verdadeira Independência do Brasil foi construída no 2 de Julho, com intensa participação dos franciscanos e demais povos do Recôncavo Baiano, sobretudo mulheres e homens negros que muitos aqui foram escravizados, lutando para que o nosso país deixasse de ser uma colônia de Portugal. Esse ato nosso vem para reparar e corrigir essa leitura equivocada da história de São Francisco do Conde”, disse. “Quero agradecer ao prefeito Evandro Almeida pela sensibilidade e vocês da Fundação Pedro Calmon pela importância dada ao papel histórico de São Francisco do Conde, o qual promovia à época uma ligação forte entre Salvador e o Recôncavo. O Brasil de hoje passou historicamente por São Francisco do Conde e todo Recôncavo. Que vocês, estudantes, aproveitem e observem cada detalhe, pois somará muito para o dia a dia de vocês em sala de aula”, alertou o gestor aos jovens presentes.

Entusiasmada pelo momento, a secretária de Turismo, Ússula Flávia, falou do significado desta rota para os franciscanos. “O conhecimento é a rota que precisamos trazer para nossas vidas, porque quando traçamos questionamentos passamos a conhecer sobre de onde viemos e para onde iremos. Vocês, estudantes, precisam conhecer nossa história! E quando na secretaria falamos em ‘turismo como alternativa de desenvolvimento’, para isso, trazemos também o conhecimento, porque não se vive sem história e a consolidação do turismo tem de haver com consolidação da história. Com essa iniciativa estamos trazendo luz ao 2 de Julho, mas não percam de vista que a independência se constrói todos os dias”, ressaltou a gestora, agradecendo, em seguida, as equipes da SETUR e da SEDUC pela construção do momento.

Finalizando os pronunciamentos da mesa, o secretário de Desenvolvimento Social e Esportes, Aloísio Oliveira, disse que “a educação é a maior via de construção libertadora que se tem e as vivências no espaço da Fazenda Engenho D’Água são uma oportunidade de experienciar a nossa história. Que a Rota da Independência cresça e traga para o entendimento dos baianos o quão o povo do Recôncavo é um povo forte, batalhador e que os brasileiros ainda precisam conhecer”.

A sequência do evento foi reservada à Aula Magna do professor e historiador Jaime Nascimento, com a abordagem “A importância das cidades para a independência da Bahia”.

Lembrando que a exposição no Mercado Cultural de São Francisco do Conde estará aberta ao público até o próximo dia 30 de maio, das 08h às 16h. Durante esse mesmo período, o público também poderá apreciar o acervo da Biblioteca Itinerante da Fundação Pedro Calmon, com edições especiais sobre o tema.

Além dos supracitados, a mesa da solenidade também contou com a presença do vereador Venilson Souza Chaves (Cravinho).