O QUE É NOTÍCIA, VOCÊ CONFERE AQUI!

Quando a ausência dói: lei torna abandono afetivo de filhos um ato indenizável

Uma infância saudável, cercada de atenção, afeto e presença dos pais, é o cenário ideal para o desenvolvimento emocional e social de uma criança ou adolescente. No entanto, dados indicam desafios nesse campo: em 2025, a proporção de crianças sem o nome do pai no registro civil chegou a 6,59%, contra 5,28% em 2016, segundo o IBGE, sendo um retrato que destaca a importância de discutir o papel do afeto e da presença parental.

https://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?gdpr=0&client=ca-pub-0629312231703893&output=html&h=393&adk=1888304965&adf=485301286&pi=t.aa~a.4081959557~rp.1&w=393&lmt=1763043191&rafmt=1&to=qs&pwprc=7330882337&format=393×393&url=https%3A%2F%2Fwww.trbn.com.br%2Fmateria%2FI142678%2Fquando-a-ausencia-doi-lei-torna-abandono-afetivo-de-filhos-um-ato-indenizavel&fwr=1&pra=3&rpe=1&resp_fmts=3&sfro=1&wgl=1&aieuf=1&aicrs=1&fa=40&abgtt=9&dt=1763043191007&bpp=1&bdt=1811&idt=-M&shv=r20251111&mjsv=m202511100101&ptt=9&saldr=aa&abxe=1&cookie=ID%3D020e70749c09ba4b%3AT%3D1744161953%3ART%3D1763043165%3AS%3DALNI_MYRqH6eEsm1aK3BWvgY7zdoAhw01g&gpic=UID%3D0000100a1ec6b18d%3AT%3D1744161953%3ART%3D1763043165%3AS%3DALNI_MZ1GtuuRn_B8pUzL84pbVzpbaBTog&eo_id_str=ID%3D5f2867d63817cd8b%3AT%3D1759834297%3ART%3D1763043165%3AS%3DAA-AfjZviHe02HCfnL-y_m5uyqYF&prev_fmts=0x0%2C393x393&nras=3&correlator=7367021415378&frm=20&pv=1&u_tz=-180&u_his=17&u_h=852&u_w=393&u_ah=852&u_aw=393&u_cd=24&u_sd=3&adx=0&ady=1564&biw=393&bih=665&scr_x=0&scr_y=0&eid=31095752%2C31095812%2C95376582%2C95376707%2C95376902%2C95377329%2C95376120&oid=2&psts=AOrYGskr2orTaTc4Z1R31AGPXzzSMucg-jl5A5_mRkXrLl1JLCOQExMKhOLQuD-Lh1Plqiak6cxNeKI5IWKuLdKc1_EgZINmPPL0YTfgHosagZMZUg%2CAOrYGsmZY2IJsJBE5VJqtI04q0IyAlcLEQDW1Bp7YaP6HO-F0ixLXoQ89W4IQlX-ny8urvjLCWmFyN24y9EzKQru4eo_jJw1hJ3UntbM0bHzqo-M%2CAOrYGsk-49zlYV1dGr-YX1BaBTxvpJD90lcIzMPLpBs-XHQtVuil_00p9i8k3QNsTGw0kt2UOMEUzgBPQWArY5D0zYVcZe1o-Zfn17SSR0E58Tx2%2CAOrYGslbSQFXJcLvGceLfPX92VW6UzXT–9Tfy6Bnycj8yz88Q6sr-XnFDyZPIlPq5VPge0fp60Mm763sOIaazdtXN5KzgQAiN2_wgKSS8SPgp5Gvg%2CAOrYGsmQXYk6zVeVB0BCWE6Pd1owHjvv3Iwu8HvtVxIENhD1JyyIVPbiLBgISnHiZZeWb1TH-SFfi7t71QuSGnPXRxpGq3vN3F8EJzQtAlVqfl9b1w%2CAOrYGsmQez9RXZbHoPrfwRsadtHzk4wKXFOpd420NeHm1AH0X9E2iJK0xgFNG60RGJ2Oo1xJFAtfLBe2QC3OIuXlJbtPZ26l6SIrpLhmIWuVwCRb&pvsid=7844198482050309&tmod=362356932&uas=3&nvt=1&ref=https%3A%2F%2Fwww.trbn.com.br%2F&fc=1920&brdim=0%2C0%2C0%2C0%2C393%2C0%2C393%2C852%2C393%2C665&vis=1&rsz=%7C%7Cs%7C&abl=NS&fu=128&bc=31&bz=1&psd=W251bGwsbnVsbCxudWxsLDNd&pgls=CAo.&ifi=9&uci=a!9&btvi=7&fsb=1&dtd=400

Esse contexto reforça a importância da nova legislação que reconhece o abandono afetivo como ilícito civil e abre espaço para a reparação de danos. “Com o advento da norma, a gente passa a ter o tema consolidado em lei. Tendo uma aplicação mais ampla do assunto. Os tribunais não precisarão mais fazer uma construção doutrinária com base em estudos do direito, irão aplicar a lei diretamente”, explica Luciano Figueiredo, professor da Faculdade Baiana de Direito e Gestão.

https://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?gdpr=0&client=ca-pub-0629312231703893&output=html&h=393&adk=1888304965&adf=2992627279&pi=t.aa~a.4081964670~rp.1&w=393&lmt=1763043191&rafmt=1&to=qs&pwprc=7330882337&format=393×393&url=https%3A%2F%2Fwww.trbn.com.br%2Fmateria%2FI142678%2Fquando-a-ausencia-doi-lei-torna-abandono-afetivo-de-filhos-um-ato-indenizavel&fwr=1&pra=3&rpe=1&resp_fmts=3&sfro=1&wgl=1&aieuf=1&aicrs=1&fa=40&abgtt=9&dt=1763043191007&bpp=1&bdt=1811&idt=-M&shv=r20251111&mjsv=m202511100101&ptt=9&saldr=aa&abxe=1&cookie=ID%3D020e70749c09ba4b%3AT%3D1744161953%3ART%3D1763043165%3AS%3DALNI_MYRqH6eEsm1aK3BWvgY7zdoAhw01g&gpic=UID%3D0000100a1ec6b18d%3AT%3D1744161953%3ART%3D1763043165%3AS%3DALNI_MZ1GtuuRn_B8pUzL84pbVzpbaBTog&eo_id_str=ID%3D5f2867d63817cd8b%3AT%3D1759834297%3ART%3D1763043165%3AS%3DAA-AfjZviHe02HCfnL-y_m5uyqYF&prev_fmts=0x0%2C393x393%2C393x393&nras=4&correlator=7367021415378&frm=20&pv=1&u_tz=-180&u_his=17&u_h=852&u_w=393&u_ah=852&u_aw=393&u_cd=24&u_sd=3&adx=0&ady=2389&biw=393&bih=665&scr_x=0&scr_y=0&eid=31095752%2C31095812%2C95376582%2C95376707%2C95376902%2C95377329%2C95376120&oid=2&psts=AOrYGskr2orTaTc4Z1R31AGPXzzSMucg-jl5A5_mRkXrLl1JLCOQExMKhOLQuD-Lh1Plqiak6cxNeKI5IWKuLdKc1_EgZINmPPL0YTfgHosagZMZUg%2CAOrYGsmZY2IJsJBE5VJqtI04q0IyAlcLEQDW1Bp7YaP6HO-F0ixLXoQ89W4IQlX-ny8urvjLCWmFyN24y9EzKQru4eo_jJw1hJ3UntbM0bHzqo-M%2CAOrYGsk-49zlYV1dGr-YX1BaBTxvpJD90lcIzMPLpBs-XHQtVuil_00p9i8k3QNsTGw0kt2UOMEUzgBPQWArY5D0zYVcZe1o-Zfn17SSR0E58Tx2%2CAOrYGslbSQFXJcLvGceLfPX92VW6UzXT–9Tfy6Bnycj8yz88Q6sr-XnFDyZPIlPq5VPge0fp60Mm763sOIaazdtXN5KzgQAiN2_wgKSS8SPgp5Gvg%2CAOrYGsmQXYk6zVeVB0BCWE6Pd1owHjvv3Iwu8HvtVxIENhD1JyyIVPbiLBgISnHiZZeWb1TH-SFfi7t71QuSGnPXRxpGq3vN3F8EJzQtAlVqfl9b1w%2CAOrYGsmQez9RXZbHoPrfwRsadtHzk4wKXFOpd420NeHm1AH0X9E2iJK0xgFNG60RGJ2Oo1xJFAtfLBe2QC3OIuXlJbtPZ26l6SIrpLhmIWuVwCRb&pvsid=7844198482050309&tmod=362356932&uas=3&nvt=1&ref=https%3A%2F%2Fwww.trbn.com.br%2F&fc=1920&brdim=0%2C0%2C0%2C0%2C393%2C0%2C393%2C852%2C393%2C665&vis=1&rsz=%7C%7Cs%7C&abl=NS&fu=128&bc=31&bz=1&psd=W251bGwsbnVsbCxudWxsLDNd&pgls=CAo.&ifi=10&uci=a!a&btvi=8&fsb=1&dtd=401

O abandono afetivo ocorre quando o pai ou a mãe, mesmo cumprindo obrigações financeiras, se ausenta emocional e fisicamente da vida do filho. Segundo o professor, essa ausência se manifesta na falta de participação em momentos importantes — como atividades escolares, aniversários, datas comemorativas e na rotina. Esse distanciamento compromete o desenvolvimento emocional e pode configurar o ilícito civil do abandono afetivo.

A indenização por abandono afetivo começou a ganhar espaço nos tribunais em 2012, a partir de um julgamento do Superior Tribunal de Justiça relatado pela ministra Nancy Andrighi. Foi quando se consolidou a ideia de que, embora pais e mães não tenham o dever de amar, têm o dever de cuidar,  e a violação desse dever configura dano indenizável.

“Antes disso, havia resistência dos tribunais, por entender que o desamor não seria um dano indenizável. Mas a partir de 2012, com essa nova visão, passamos a ter uma aplicação mais ampla do tema nos tribunais brasileiros. Com a lei, o tema se consolida e se torna acessível à sociedade como um todo”, analisa o advogado que é doutor em Direito Civil.

Mais do que uma possibilidade de responsabilização, a nova legislação traz um efeito pedagógico importante, ao tornar o tema conhecido e discutido pela sociedade. “A partir do momento que se torna lei, o tema ganha visibilidade e gera conscientização. O poder judiciário pode até determinar indenização, mas o dano emocional de uma ausência paterna ou materna é irreparável. Por isso, o mais importante é o efeito preventivo e educativo dessa norma”, conclui Figueiredo.