Egresso do Optei, campo nacional do PT, o “PT de Todas as Lutas” é a mais nova tendência do Partido dos Trabalhadores. O Coletivo, que reúne militantes petistas nos estados do Amapá, Bahia, Brasília, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, foi anunciado nesta terça-feira (05) pelo vice-líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Jacó.
O Manifesto “Nota do Coletivo Nacional PT de Todas as Lutas” tem como epígrafe parte do poema “Rondó da Liberdade”, do político e guerrilheiro baiano Carlos Marighella, assassinado há 50 anos pela ditadura militar: “É preciso não ter medo,/é preciso ter a coragem de dizer./Há os que têm vocação para escravo,/ mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão”.
Ainda que compartilhe bandeiras em comum com outras tendências do PT, a exemplo da defesa do socialismo e do movimento Lula Livre, o “PT de Todas as Lutas” se diferencia é na origem. “Somos jovens, negras, negros, mulheres, lgbt’s, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, ambientalistas, sindicalistas, sem teto, sem terra, estudantes, professoras e professores, intelectuais, artistas, pessoas com deficiência, idosas e idosos”, diz o Manifesto.
“A representatividade dos movimentos sociais é a marca do ‘PT de Todas as Lutas’, afirma o secretário nacional de Movimentos Populares do PT, Ivan Alex Lima. Em meio à campanha do PED (Processo de Eleições Diretas), este ano, o deputado estadual Jacó já havia dito que o momento que o Brasil e o mundo vivem, com a escalada do neofascismo e aprofundamento das políticas neoliberalistas, exige a “radicalização” da relação do Partido com as ruas, as minorias e a classe trabalhadora.
Eleita para a presidência do Diretório do PT em Salvador (2022-2023), a professora e dirigente do MSTS Iracema Moura (Cema Mosil) vê na criação do “PT de Todas as Lutas” a compreensão de que “é importante e urgente recuperar a participação popular, reafirmando o socialismo, a estratégia de maioria junto com as lutas sociais e plurais”. E ainda, “um espaço avançado para aglutinar forças sociais” e a oportunidade interna de “repensar diálogos e referendar a possibilidade de mudança que nossas palavras representam”.
Em seu Manifesto, o Coletivo “PT de Todas as Lutas” critica o governo “ultra-liberal conservador” do presidente Jair Bolsonaro, defende que o PT assuma a bandeira do impeachment e ajude na organização de uma frente ampla de esquerda para a construção de uma oposição estratégica.
Simone Ribeiro
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