Com votos de 70% dos delegados pernambucanos, o PT local confirmou a candidatura de Marília Arraes ao governo do estado, indo contra a orientação da direção nacional do partido, que fechou acordo com o PSB para apoiar Paulo Câmara
Nesta quarta-feira (1), a direção nacional do PT anunciou um acordo com o PSB para apoiar Paulo Câmara para o governo de Pernambuco, inviabilizando a candidatura de Marília Arraes, que estava bem cotada nas pesquisas de intenção de voto. Em troca, o PSB retiraria sua candidatura ao governo de Minas Gerais para apoiar Fernando Pimentel e se declararia neutro a nível nacional, isolando Ciro Gomes (PDT), que almejava uma aliança com os socialistas.
A decisão do PT pernambucano, no entanto, não encerra a discussão com relação à candidatura de Marília. A direção nacional do PT se reunirá nesta sexta-feira (3) e, se o acordo de ontem for mantido, poderá intervir e retirar a candidatura da pernambucana.
“Depois desse encontro vai haver uma votação do recurso da Executiva Nacional nesta sexta-feira (3). Se não tivermos sucesso, vamos recorrer a última instância domingo.Isso está sendo muito ruim para o partido. Tem muita gente querendo se desfilar. Como lidar com isso? Sou favorável até que recorramos a instâncias jurídicas. Isso pode destroçar o PT de Pernambuco”, disse em entrevista ao jornal Diário de Pernambuco o ex-deputado federal Fernando Ferro, apoiador da candidatura da neta de Miguel Arraes.
Ontem mesmo, logo após o anúncio do acordo entre a direção nacional do PT e o PSB, Marília afirmou que manteria sua candidatura e que o PT pernambucano não pode ser moeda de troca. Hoje, logo após o encontro, a pernambucana comemorou: “Venceu a democracia, a vontade das bases do PT. Venceu a candidatura própria ao Governo de Pernambuco. Vamos resgatar nosso Estado!”.
“Golpista”
Presente na convenção do PT pernambucano, o senador Humberto Costa foi chamado de “golpista” pela militância por ter apoiado o acordo da direção nacional que retirava a candidatura de Arraes. Ao final do evento, Costa afirmou que dificilmente a decisão do PT local será mantida pela direção nacional do partido. “Vocês acreditam que existe alguma coisa que seja aprovada no PT que não tenha o apoio ou o conhecimento de Lula?”, disse à militância.
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