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Preso pela Lava Jato, operador diz ter lavado ‘milhões’ para Grupo Silvio Santos

O nome da vez é o Grupo Silvio Santos. De acordo com a reportagem publicada nesta sexta-feira (29) pela Folha de S. Paulo em parceria com o o site The Intercept Brasil, o operador financeiro Adir Assad, preso e depois delator da Lava Jato, afirma que lavou milhões de reais para o Grupo Silvio Santos por meio de contratos fraudados de patrocínio esportivo.

De acordo com os dois veículos, os depoimentos do operador foram compartilhados entre procuradores do Ministério Público Federal no aplicativo Telegram. A versão de Assad consta de anexos de seu acordo de colaboração premiada firmado com integrantes da Operação Lava Jato. O delator não menciona especificamente o apresentador e empresário Silvio Santos, mas aponta como um dos contatos no grupo o sobrinho dele Daniel Abravanel e o uso da empresa que comercializa a Tele Sena. Segundo Folha e Intercept, o esquema funcionou em duas épocas distintas. Na época, Assad ainda negociava a sua delação.

O operador diz ter firmado contratos superfaturados de patrocínio entre suas empresas e pilotos da Fórmula Indy e da categoria Indy Lights. Naquela época, disse, ele se relacionava com Guilherme Stoliar, que hoje é presidente do Grupo Silvio Santos, no fim dos anos 1990, conforme diz a reportagem.

A publicação detalha ainda que Assad contou que o SBT tinha necessidade à época de fazer um caixa paralelo, mas não sabe dizer com qual finalidade —se para remunerar bônus a executivos ou se para pagar propina no setor público. Segundo estimou Assado, essa operação movimentou R$ 10 milhões naquele período. Os pilotos patrocinados, contou, “apenas viabilizavam espaços de publicidade” e não sabiam das irregularidades nas transações. Entre os pilotos mencionados no relato do delator estão Helio Castroneves e Tony Kanaan.

Samir, irmão de Assad, que trabalhava com ele e também virou delator, fez relato corroborando a história. Já nos anos 200, na segunda fase, Assad diz ter feito contratos de imagem e de patrocínio na Fórmula Truck. Ele afirma que transferia aos esportistas uma pequena parte dos valores contratados e devolvia ao SBT o restante do dinheiro.

Conforme a reportagem, o depoimento aponta que a maior parte do dinheiro era devolvida em espécie a um diretor financeiro chamado Vilmar em um escritório do grupo, no centro de São Paulo. A Liderança Capitalização, empresa responsável pela Tele Sena, pagou ao menos R$ 19 milhões para uma das firmas do operador, a Rock Star, de 2006 a 2011, diz documento elaborado na delação, informam a Folha e o Intercept.

O outro lado

SBT e o Grupo Silvio Santos em nota: “por desconhecerem o teor da delação” de Adir Assad, não podem se manifestar a respeito. “Aproveitamos para enfatizar que as empresas do GSS sempre pautaram suas condutas pelas melhores práticas de governança e dentro dos estritos princípios legais.”;

Defesa de Vilmar Bernardes da Costa: não pode se manifestar “sobre suposta delação sobre a qual não tem qualquer informação oficial”. Disse ainda que sempre pautou sua “conduta profissional pelo estrito cumprimento de seus deveres éticos e legais.”;

Defesa de Adir Assad: “não comenta termos do acordo de colaboração do operador.”;

Assessoria de Helio Castroneves: “afirmou que não conhece Assad e que nunca teve qualquer negócio com o delator.”;

Assessoria de Tony Kanaan: não se manifestou.