A prefeitura de Salvador está avaliando subsidiar um valor entre R$ 0,40 e R$ 0,55 por passagem do transporte público da cidade. A quantia depende do preço final a ser definido após negociação entre a gestão municipal e os empresários que gerem o sistema tradicional de ônibus na capital baiana.
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) deve encaminhar à Câmara Municipal de Salvador um projeto de lei que pede autorização para um subsídio de R$ 190 milhões para o transporte público soteropolitano. O valor exato a ser custeado pela prefeitura a cada passagem, porém, ainda não está 100% definido, porque ainda não houve acordo com os empresários de ônibus sobre o preço a ser cobrado nas catracas.
Quando a “tarifa real” for definida, ela será subtraída em um valor que tem sido calculado pela prefeitura entre R$ 0,40 e R$ 0,55, fazendo a população ser cobrada por uma “tarifa pública”, mais baixa do que a exigida pelas empresas.
O novo valor da passagem será definido ainda em 2023. De acordo com apuração do portal A TARDE, a intenção de Bruno Reis é que não haja novo reajuste do preço do transporte público em 2024, ano em que o prefeito deve disputar a reeleição.
Além disso, com o subsídio aplicado pela prefeitura, o reajuste será suavizado para o bolso da população, diminuindo o impacto de um aumento que, sem o valor subsidiado, deve superar 10%.
A prefeitura e as empresas do sistema de transporte público já se aproximaram de um acordo final acerca do novo valor da tarifa. Porém, ambas as partes ainda estão sendo pressionadas pelos trabalhadores da área. Em um contexto em que as concessionárias dizem não ter dinheiro para adimplir o 13º salário de seus funcionários, a campanha salarial não arrefeceu e o Sindicato dos Rodoviários ameaça a realização de uma greve.
Apesar de, teoricamente, a negociação salarial ser realizada entre os representantes do Sindicato e das concessionárias do transporte público, a prefeitura de Salvador tem atuado para mediar as conversas. Bruno Reis, particularmente, tem conversado com constância com o vereador oposicionista Hélio Ferreira (PCdoB), considerado o principal líder dos rodoviários. Tudo isso, faltando menos de um ano para as eleições municipais.
Na segunda-feira, 6, durante a estreia do A TARDE Cast, Bruno Reis falou da dificuldade que as prefeituras em todo o país têm enfrentado no transporte público, especialmente na parte relativa aos ônibus.
“O transporte público sobre pneus está falido no Brasil todo. A conta não fecha. A receita do pagamento da passagem é insuficiente para cobrir os custos com cobrador, motorista, pneu, combustível, manutenção e aquisição de nova frota de ônibus novos. E as prefeituras não têm condição de assumir essa responsabilidade”, apontou o prefeito.
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