Prefeitura de Pouso Alegre orienta escolas a evitar falar de Jesus nas atividades de Páscoa

A Secretaria Municipal de Educação de Pouso Alegre (MG) orientou as escolas do município a não falar de Jesus nem de sua crucificação, ressurreição, nem das celebrações litúrgicas do Tríduo Pascal em suas atividades com os alunos.

Um comunicado publicado na terça-feira (15) diz que esses elementos pertencem a uma “religiosidade particular e não devem compor o planejamento pedagógico de uma instituição pública de ensino”. Para a secretaria, devem-se priorizar os valores universais como a “partilha, solidariedade, amizade, respeito e afeto”.

Segundo a secretaria, o documento “tem como objetivo reforçar o compromisso com os princípios legais que regem a educação pública no Brasil, bem como o Ministério Público, no que diz respeito à laicidade do Estado e ao respeito à diversidade religiosa”.

A prefeitura diz que embora não tivesse a pretensão de “desvalorizar ou omitir a figura de Jesus Cristo ou qualquer tradição religiosa”, como instituição pública “a Rede Municipal de Ensino deve seguir as diretrizes estabelecidas na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na Base Nacional Comum Curricular e nos demais documentos oficiais, que orientam para a promoção de uma educação inclusiva, ética, cidadã e laica”.

“Reafirmamos nosso compromisso com uma educação que acolhe, respeita e valoriza a diversidade presente em nossa comunidade escolar”, conclui a nota.

O comunicado publicado pela secretaria de educação “tomou um vulto muito grande aqui na nossa cidade e região”, disse o prefeito José Dimas da Silva Fonseca, o coronel Dimas, num vídeo publicado em sua conta no Instagram ontem (16).

“Como cristão e respeitando a laicidade, eu jamais permitiria que se proibisse citar Jesus em qualquer ambiente da prefeitura de Pouso Alegre”, diz o prefeito, que é do Republicanos.

No vídeo, ele aparece junto ao vice-prefeito Igor Tavares (PSD) com um quadro de Jesus Misericordioso e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida ao fundo. Segundo Tavares, “trata-se de um documento não-revisado, não-oficial que partiu do departamento pedagógico”.

“Nunca foi e jamais será proibido mencionar o nome de Jesus Cristo nas escolas”, disse o vice-prefeito, “pelo contrário, o ensino laico defende que devemos incluir todas as religiões nas nossas disciplinas escolares, inclusive a nossa, a fé cristã”.

“Nós vivemos o momento da Páscoa, o momento máximo onde Cristo se entregou por nós na cruz, é o momento de a gente refletir sobre paz, sobre amor e respeito ao próximo”, concluiu o coronel Dimas.