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Oxford não descarta vacina contra a Covid-19 neste ano, mas sugere cautela

A vacina candidata da Universidade de Oxford (Reino Unido) contra a Covid-19 pode estar disponível até o final deste ano, disse a principal desenvolvedora da vacina nesta terça-feira. O imunizante experimental, que foi licenciado pela farmacêutica AstraZeneca, produziu resposta imune em ensaios clínicos de estágio inicial, mostraram dados divulgados na segunda-feira, o que preservou as esperanças de que ela pode estar disponível até o final do ano.

— A meta do fim do ano para ter a vacina disponível é uma possibilidade, mas não há certeza absoluta sobre isso, porque ainda  precisamos que algumas coisas aconteçam — disse Sarah Gilbert à Rádio BBC.

 

Gilbert informou que ainda é preciso demonstrar que a vacina funciona em testes em estágio avançado, que é necessária a fabricação de doses em larga escala e que os órgãos reguladores precisam licenciar a vacina rapidamente para uso emergencial.

— Tudo isso precisa acontecer antes que possamos ter uma grande quantidade de pessoas vacinadas — disse Sarah.

 

Autoridades britânicas ouvidas por parlamentares, no entanto, divergiram quanto ao cronograma de uma possível imunização da população.

— As chances de termos uma vacina altamente eficaz antes do Natal são, ao meu ver, muito baixas — afirmou Chris Whitty, chefe do serviço médico da Inglaterra.

Já Jonathan Van-Tam, seu vice, não descartou a possibilidade:

— Estou cautelosamente otimista quanto a conseguirmos uma vacina até o Natal.

Testes no Brasil e na África do Sul

Os cientistas de Oxford esperam que 1 milhão de doses da potencial vacina sejam produzidas até setembro. Embora o acordo com a AstraZeneca tenha oferecido a capacidade industrial para fazer isso, a menor prevalência do novo coronavírus no Reino Unido complicou o processo de provar a eficácia da vacina. Os testes em estágio avançado estão em andamento no Brasil e na África do Sul e devem começar nos Estados Unidos.

— O crucial é que tenhamos um número suficiente de pessoas expostas ao vírus que também tenham a vacina para que possamos ter um julgamento adequado sobre se ela evita a doença e segue segura — disse John Bell, professor de Medicina da Universidade de Oxford, à BBC. — Estamos esperançosos, particularmente por causa das baixas taxas de incidência no Reino Unido, de que os indivíduos recrutados no Brasil e na África do Sul serão, em última instância, capazes de fornecer os dados.

 

No fim de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a vacina candidata da AstraZeneca liderava a corrida em busca da imunização contra a Covid-19. Pouco atrás, na avaliação da entidade, estão os trabalhos da farmacêutica americana Moderna.

O Globo