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Mulheres participam de tradicional marcha no centro de Salvador

 

Com discursos empoderados e reivindicando por direitos, centenas de mulheres saíram em caminhada na tarde desta quarta-feira (8), em Salvador, para atestar a força do sexo que já foi considerado frágil. De acordo com as participantes, a marcha também representa um ato contra o governo Temer e contra a reforma da previdência.

Lindinalva de Paula, marcha das mulheres em Salvador. Bahia (Foto: Henrique Mendes/ G1)Lindinalva de Paula é integrante da Rede Mulheres
Negras da Bahia e participou do ato
(Foto: Henrique Mendes/ G1)

A tradicional Marcha das Mulheres deixou a Praça da Piedade, no centro da capital, às 15h e terminou por volta das 18h, segundo a Transalvador. O movimento chegou a causar congestionamento na região e agentes de trânsito acompanharam a caminhada. Nem os organizadores e nem a PM divulgaram estimativa de público.

A marcha seguiu em direção ao bairro do Comércio. Pouco depois, outro grupo saiu da Praça do Campo Grande em direção à Castro Alves.

Conforme a Transalvador, por volta das 17h20, os grupos se concentravam na Praça Riachuelo, no Comércio, e na Praça Castro Alves, no centro.

De acordo com Lidinalva de Paula, que integra a Rede Mulheres Negras da Bahia, o ato que celebra o Dia Internacional das Mulheres leva para as ruas cerca de 98 entidades.

“A gente conseguiu articular mulheres que não têm visibilidade. Aqui tem mulheres que não são vistas como feministas, mas que estão no enfrentamento diário. Esse enfrentamento é feminista”, afirmou.

Tatiana de Oliveira em marcha no Dia da Mulher em Salvador, Bahia (Foto: Henrique Mendes/ G1)A estudante Tatiana de Oliveira participou pela 1ª
vez da tradicional marcha no Dia da Mulher
(Foto: Henrique Mendes/ G1)

Lidinalva acrescentou que, academicamente, a expressão “sororidade” dá conta da força conjunta das mulheres. Nas ruas, defende que a “afetividade”, especialmente entre as mulheres negras, é uma expressão que explica bem essa irmandade. “Sororidade é um conceito importante, que na verdade explica a afetividade que sempre existiu entre nós”, afirmou.

Representante da Marcha das Vadias, Sandra Munhoz falou sobre a importância das mulheres ocuparem as ruas. “Para estarmos aqui hoje, muitas mulheres morreram por nós”, explicou.

Pela primeira vez na Marcha, a estudante de psicologia Tatiane Oliveira, de 27 anos, descreveu a simbologia do ato. “Temos que desconstruir o machismo todos os dias. Não é dia só de flores e bombons. É de luta”, afirmou.