O faturamento do mercado editorial no Brasil encolheu 21% no comparativo entre 2006 e 2017, segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A queda corresponde a uma perda de R$ 1,4 bilhões. O setor de obras gerais, que abrange livros de ficção e não ficção, tiveram a maior queda no período: 42%. Uma pesquisa anterior já havia mostrado que só em 2017 houve uma queda real de 4,76% em comparação a 2016.
Segundo o estudo “Desempenho real do mercado livreiro”, houve um período de expansão entre 2006 e 2011, quando o faturamento chegou a cerca de R$ 7 bilhões. Após uma ligeira baixa em 2012 e uma alta em 2013 (ver gráfico abaixo), vem a queda consistente a partir de 2014. O ano passado fechou com R$ 5,1 bilhões de faturamento.

LITERATURA EM BAIXA, RELIGIÃO SÓLIDA
A pesquisa leva em conta a venda de livro no mercado e para o governo, divido por quatro subsetores: didáticos, religiosos, científicos, técnicos e profissionais (CPT) e obras gerais (ficção e não ficção). Este último, importante indicador sobre hábitos de leitura no país, teve a queda mais expressiva: 42%. Segundo o presidente do Sindicado Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Marcos da Veiga Pereira, o número se explica não só pelo menor número de exemplares vendidos, mas o barateamento do preço médio do livro.
— Se pensarmos que a população nesse período cresceu, isso mostra que há um consumo per capita de livro ainda menor — disse Pereira, para quem a retomada do setor depende de um crescimento sustentado da economia e de políticas a longo-prazo. — O hábito de leitura passa inexoravelmente pela escola. É preciso formar professores que estimulem isso, para que a criança consiga associar leitura a prazer e conhecimento.
O ramo de didáticos apresentou uma queda real de 11% de 2006 a 2017. É o segmento com maior participação das vendas ao governo, que responde por cerca de 40% do faturamento do mesmo.
Os valores apresentados no estudo foram corrigidos para o ano de 2017 levando em conta a variação acumulada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de forma a revelar o desempenho real das editoras ano a ano. O estudo foi encomendada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo SNEL.
O Globo
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