Polilaminina, desenvolvida pela UFRJ em parceria com o laboratório Cristália, abre caminho para esperança de recuperação de paraplégicos e tetraplégicos
Um avanço histórico da ciência brasileira pode transformar a vida de milhares de pessoas que sofreram lesões na medula espinhal. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em colaboração com o laboratório farmacêutico Cristália, anunciaram resultados promissores do medicamento polilaminina, capaz de devolver movimento a pacientes paraplégicos e tetraplégicos.
O tratamento vem sendo estudado há mais de 25 anos pela bióloga Tatiana Coelho Sampaio, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, e se mostrou eficiente em estimular a regeneração de neurônios e a recuperação de funções motoras perdidas.
Recuperação inédita
Nos primeiros testes, seis pacientes com lesões medulares completas — classificadas como nível A, sem qualquer movimento ou sensibilidade — receberam o medicamento. Cinco deles apresentaram avanços significativos, chegando ao nível C, com recuperação parcial de força e mobilidade.
Um caso de destaque é o de Bruno Drummond, que ficou tetraplégico após um acidente de carro. Vinte e quatro horas após a lesão, ele recebeu a polilaminina e, hoje, caminha normalmente e recuperou quase todos os movimentos dos braços.
Outros casos também chamaram atenção: um jovem de 31 anos vítima de acidente de trânsito, uma mulher de 27 anos que sofreu queda e um homem de 33 anos com lesão por arma de fogo apresentaram melhora significativa.
Como funciona?
A polilaminina é derivada da laminina, proteína encontrada na placenta humana que participa do desenvolvimento do sistema nervoso. Segundo os pesquisadores, ela promove a regeneração das células da medula, reativando conexões entre o cérebro e o corpo.
“É uma alternativa mais acessível e segura do que as células-tronco. Nossos estudos avançaram porque a polilaminina apresenta maior previsibilidade e controle nos resultados”, explica Tatiana Coelho Sampaio.
Próximos passos
O laboratório Cristália já solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para iniciar a fase 1 dos ensaios clínicos, que deve incluir cinco novos pacientes para testar a segurança e eficácia do medicamento.
Se aprovado, o tratamento poderá em breve estar disponível em hospitais brasileiros, representando um marco não apenas para a medicina do país, mas também para toda a ciência mundial.



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