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Lula comemora avanço do PIB e criação de empregos, e prevê novos programas

Em uma entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto nesta terça-feira (3), o presidente Lula fez um balanço dos seus dois anos e meses de terceiro mandato, com um cinco tom otimista em relação à economia e às políticas sociais. Abrindo uma conversa com a imprensa, o chefe do Executivo declarou: “Estamos fazendo uma colheita muito promissora. Tudo o que pensamos quando disputamos as eleições, quando tomamos posse, está sendo concluído”.

Lula ressaltou que o aumento de diversos indicadores, como o Produto Interno Bruto (PIB), a redução do desemprego e o aumento da renda , está diretamente ligado à série de políticas sociais retomadas e renovadas por sua gestão, focadas nas camadas mais vulneráveis da população. “Nunca houve no país um momento de tanta combinação entre políticas de inclusão social, que combina mais emprego, que combina mais salário, que combina mais distribuição de programas sociais, que combina com mais PAC. Já executamos 711 bilhões até agora nas obras do PAC, entre obras públicas e privadas, numa demonstração de que as coisas estão andando com rapidez”, afirmou o presidente.

Entre as ações recentes, Lula celebrou a Medida Provisória (MP) da Reforma do Setor Elétrico, assinada em 21 de maio, que promete beneficiar mais de 60 milhões de brasileiros com a Nova Tarifa Social de Energia Elétrica. “Anúncios como a redução da energia elétrica, para que as pessoas que consomem até 80 quilowatts não paguem nada, ajudem as camadas mais pobres a não viver na base do candeeiro”, frisou Lula.

Outro ponto foi o programa “Agora Tem Especialistas”, lançado na semana passada, que visa acelerar o atendimento e a articulação de especialidades médicas no Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse programa vai dar às pessoas mais humildes, às pessoas mais carentes, o direito de ter acesso ao chamado especialista, a uma segunda consulta”, definindo o presidente.

Ele completou: “Como a farmácia popular passou a distribuir soluções de uso contínuo, as pessoas já não precisam morrer por conta do remédio. Mas morrem por conta de uma consulta ao especialista, porque quando sai da primeira consulta, vai marcar o especialista e demora 10 meses, 11 meses. A doença não espera. Estamos dando a essas pessoas mais humildes esse direito”.

Ainda na coletiva, o presidente registrou a evolução do Projeto de Integração do São Francisco (PISF), que teve um avanço importante no final de maio como a assinatura de ordem de serviço para duplicar a capacidade de bombeamento de água no Eixo Norte. “Estamos tirando 13 milhões de pessoas da miséria da água”, pontuou Lula. Programas como o Pé-de-Meia, que já beneficia 4 milhões de jovens, e o Minha Casa, Minha Vida, com previsão de contratação de três milhões de unidades até o final de 2026, também foram citados como exemplos de sucesso de seu governo.

Lula ainda fez questão de destacar o crescimento do PIB brasileiro nos últimos dois anos: “A última vez que o Brasil cresceu acima de 3% foi em 2010, quando eu era presidente. A economia cresceu 7,5% e só foi crescer outra vez acima de 3% quando eu voltei à Presidência em 2023, surpreendendo vocês e surpreendendo o mercado. Havia uma previsão de que o crescimento da economia seria apenas de 0,8% e foi de 3,2%. E, no ano A seguir, a previsão mais otimista era que o crescimento seria de 1,5% e o crescimento foi de 3,4%. E este ano as pessoas já começaram a ficar surpresas com o crescimento do PIB no primeiro trimestre”.

Os últimos dados do IBGE confirmam o otimismo de Lula, apontando para um crescimento de 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pelo agronegócio, e a menor taxa de desemprego da série histórica para o trimestre de fevereiro a abril (6,6%), com 922 mil vagas com carteira assinada nos primeiros quatro meses do ano.

Novos programas à vista

O presidente anunciou que o governo trabalha em novas iniciativas para beneficiar a população, incluindo a ampliação do acesso ao gás de cozinha para os mais pobres e linhas de crédito para reforma de residências. “Um deles é um programa de gás que é quase um gás na cesta básica das pessoas mais pobres deste país. Não é justo a Petrobras vender um botijão por R$ 37 e muitas vezes ele chegar a alguns estados a R$ 140. Está pronto o programa. Vamos só escolher a data de lançamento”, disse Lula.

Ele também reiterou a intenção de criar uma linha de crédito específica para reformas domiciliares: “Tem gente que quer comprar uma casa, tem gente que já tem a casa, mas tem gente que quer fazer um quarto a mais, uma garagem a mais, uma cozinha a mais, um banheiro a mais, e essa gente não tem crédito”.

Outra preocupação de Lula são os motociclistas e entregadores de aplicativos, para quem o governo pretende ampliar e facilitar as condições de financiamento para novas motos e criar condições dignas de trabalho. “Estamos trabalhando com afinco em um programa de crédito para financiar motocicletas para os entregadores de comida”, revelou. “ E temos que cuidar não apenas da questão do crédito. Temos que garantir que ele tenha um lugar para que possa fazer as necessidades básicas, para que possam se lavar. Hoje eles não têm. Queremos ver se a gente dá conforto a essas pessoas.”

Para os caminhoneiros, o presidente citou um projeto para criar áreas de descanso e atendimento médico. “Em todas as concessões de estrada neste país haverá um lugar para os caminhoneiros descansarem, dormirem tranquilamente com segurança. Inclusive, no programa Agora Tem Especialista vai ter um programa de atendimento aos motoristas nesses estacionamentos”, adiantou.

INSS e Gaza: rigor e publicações

Sobre a crise no INSS, o presidente garantiu que o governo federal tenha conduzido com rigor as investigações sobre fraudes em descontos associativos nas aposentadorias de beneficiários do instituto. “Quem errou vai ser punido. Nós vamos devolver o dinheiro para os aposentados que foram lesados ​​pela quadrilha que roubaram a aposentadoria. Antigamente as pessoas roubaram bancos, roubaram gente rica. Agora estão roubando pobres”, lamentou.

Lula explicou que a investigação é minuciosa, envolvendo a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU), com foco em uma apuração técnica e criteriosa. “Nós estamos fazendo isso um exemplo de como deve agir um governo na averiguação de denúncias. Não terá brincadeiras da nossa parte. A nossa preocupação, além de permitir que as instituições que têm que fiscalizar fiscalizem, é permitir que o governo comece a tratar de ver o pagamento o mais rápido possível das pessoas que foram prejudicadas”, disse. O presidente também destacou a cautela para evitar injustiças: “Não queremos punir nenhuma entidade de forma precipitada. Por isso a cautela que eu disse à CGU, à Polícia Federal — muita cautela para a gente não levar uma pessoa a ser crucificada e depois não ter como pedir desculpa”.

Por fim, Lula voltou a comentar a situação em Gaza , reafirmando sua forte posição. Para o presidente, os eventos na região não podem ser classificados como guerra. “O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra. É um exército matando mulheres e crianças”, afirmou. O presidente concluiu defendendo que a paz só será alcançada com o reconhecimento pleno do Estado Palestino, com fronteiras definidas e garantias de soberania.