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Joystick, 10 toneladas e fibra de carbono e titânio: como é o submarino que sumiu em passeio para ver destroços do Titanic

O submarino Titan da empresa OceanGate perdeu contato com a Guarda Costeira dos Estados Unidos no domingo (18). A embarcação é guiada por um controle que lembra o de um videogame.

A expedição era ambiciosa: levar turistas para visitar os destroços do Titanic a 3,8 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico. O meio de transporte escolhido, entretanto, ganhou destaque no mundo quando desapareceu com turistas a bordo e fez a viagem virar uma corrida contra o tempo para encontrá-los.

Chamado Titan, o submarino tem 6,5 metros de comprimento por 3 metros de largura e pode levar até cinco pessoas. Como o modelo não é autônomo, igual um submarino de grande porte, ele precisou ser carregado na superfície do mar por 643 km até a região de mergulho. A expedição ao Titanic começou na sexta-feira passada, partido da região de Newsfoundland, no Canadá.

Mas o mais surpreendente é que o Titan é guiado por um joystick que se parece muito com um controle de videogame.

Já dentro da cápsula principal do Titan, as cinco pessoas podem ter uma visão de quase 180° para o lado de fora, e três monitores vão checando o status do equipamento e dos tripulantes.

Pesando mais de 10 toneladas e feito de fibra de carbono e titânio, o veículo se move a uma velocidade de 3 nós (5,5 km/h) e é impulsionado por quatro propulsores Innerspace 1002.

Em 2022, o jornalista da CBS David Pogue fez uma reportagem sobre a expedição. Em entrevista exibida no Jornal Nacional exibida nesta segunda-feira (19), ele disse que só desceu cerca de 10 metros, porque houve problemas técnicos e que qualquer um ficaria horrorizado de como tudo parecia amador.

Ainda de acordo com o relato de Pogue, o submarino não tinha GPS nem cabo que o ligasse até a superfície, mas que o fabricante garantiu que a cápsula era segura, blindada, feita pela Nasa.

A empresa não deixou claro quanto tempo a embarcação poderia ficar pairando sobre o que restou do Titanic, mas sabe-se é que a quantidade de oxigênio utilizada para a viagem é segura o suficiente para 5 pessoas viajarem por até quatro dias.

Até o momento, sabe-se a identidade dos seguintes passageiros:

Shahzada Dawood, empresário paquistanês;

Suleman Dawood, filho do empresário paquistanês;

Hamish Harding, um bilionário empresário e explorador britânico;

Paul-Henry Nargeolet, também estaria no submarino, segundo o “The Guardian” e a BBC.

Nargeolet, 77 anos, é ex-comandante da Marinha Francesa. Ele é considerado o principal especialista no local do Titanic. Ele também é diretor de pesquisa subaquática em uma empresa que detém os direitos sobre os destroços do Titanic.

 

Entenda o caso

No domingo (18), o submarino começou a descer ao fundo do mar, mas desapareceu pouco depois. O trajeto até o fundo do mar deveria levar duas horas, mas a embarcação parou de se comunicar depois de uma hora e 45 minutos de descida.

A Expedição Titanic é uma viagem oferecida pela empresa OceanGate. O passeio para ver os destroços do Titanic custa US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão) por pessoa.

Desde então, a operação de busca está sendo feita em conjunto pelas Forças Aéreas dos Estados Unidos e do Canadá. Nesta terça-feira (20), as equipes anunciaram que vão ampliar a área de procura.

John Maugerda, contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, disse em entrevista que será preciso buscar em uma profundidade ainda maior que a da área atualmente buscada pelas sondas.

Além das sondas, os EUA e o Canadá enviaram aviões e navios para a região onde o submarino desapareceu.

Agências governamentais e empresas comerciais especializadas em águas profundas também estão ajudando na operação.