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Grupo é resgatado de obra em trabalho análogo ao escravo em Camaçari; jornada era de até 16 horas

Cinco trabalhadores que estavam em condições de trabalho semelhantes ao escravo foram resgatados, nesta quinta-feira (10), por auditores fiscais do Ministério do Trabalho, que integram a gerência regional da pasta em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Conforme o ministério, os trabalhadores, aliciados na cidade sergipana de Lagarto, foram encontrados nas obras de uma loja de calçados sob responsabilidade de uma empresa de engenharia no centro de Camaçari.

Os trabalhadores não tinham carteira de trabalho assinada e a jornada diária de atividades era de até 16 horas. Todos ficavam alojados no mesmo local onde foram encontrados, no canteiro de obras. Eles dormiam em colchonetes colocados sobre papelão, não havia camas, cobertas ou travesseiros. Segundo o Ministério do Trabalho, o grupo satisfazia as necessidades fisiológicas em uma parte do canteiro, que também não possuía local adequado para refeições, que eram preparadas pelos próprios empregados com o uso de um fogão portátil ligado a um botijão de gás.

A fiscalização no local onde o grupo estava foi iniciada para averiguação de acidente ocorrido com um dos trabalhadores da obra, gravemente ferido por conta da queda do telhado da edificação de dois pavimentos. O ministério não detalhou quando ocorreu o acidente. Os auditores fiscais do trabalho notificaram o empregador para a regularização do vínculo e o pagamento das verbas rescisórias dos resgatados, além da liberação da guia do Seguro Desemprego.

Ainda segundo o ministério, os trabalhadores eram submetidos às atividades de pedreiro e servente. O trabalho, conforme a pasta, era realizado em condições extremamente inseguras. A instalação elétrica estava completamente irregular, com fiação espalhada pelo canteiro de obra, contendo partes vivas expostas.

Os cintos de segurança fornecidos também não eram apropriados para trabalho em andaimes, possuindo apenas um talabarte (equipamento que faz parte de um sistema antiqueda). Além disso, não existia linha de vida na obra (ancoragem horizontal), o que obrigava os trabalhadores a prenderem os cintos na estrutura do próprio andaime. Os trabalhadores relataram aos auditores que não foram submetidos a treinamentos de segurança pelo empregador.

Fonte : G1