Com a chegada do coronavírus no Brasil, o Ministério da Saúde tem tentado convencer estados para que sigam o padrão determinado pelo governo para atendimento de pacientes.
Há, porém, dificuldade. Na Bahia, por exemplo, a Secretaria de Saúde chegou a ir à casa de uma pessoa para realizar um exame, após ela ter sido liberada do hospital.
O indivíduo tinha sido autorizado a ir embora porque não apresentava sintomas que se enquadrassem naqueles determinados pelo governo federal para realização do teste.
“Estamos fazendo a busca ativa para tentar adiar ao máximo a circulação do vírus na Bahia. Fazemos esse esforço enorme para buscar os contactantes para minimizar a chance de transmissão”, disse Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia.
O Ministério da Saúde tem dito que não tem o objetivo de identificar todos os casos de coronavírus no Brasil, concepção que ainda tem resistência em estados, preocupados em evitar a propagação da doença.
Há ainda pedidos de mudanças dos critérios determinados pelo governo para a realização de exames. Para Antonio Carlos Bandeira, infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia, o governo deveria alterar o protocolo e permitir a realização de testes mesmo em pacientes que não tenham a febre entre os sintomas.
“O que levantei junto ao próprio Ministério da Saúde é uma situação real. Pacientes que chegaram da Itália com sintomas respiratórios, que vêm de um país com circulação de coronavírus e não tinha uma febre naquele momento. Nessa situação, o hospital usou o critério de não ter febre para dispensar a pessoa como se não fosse suspeita e nem coletou amostra”, afirmou.
Antes mesmo do coronavírus ser confirmado no Brasil, a tentativa de controlar a doença levou a equipe de Vilas-Boas até Jacaraci (708 km de Salvador), de onde um homem com infecção respiratória grave, recém-chegado do Japão, foi transportado em um avião do estado para a capital baiana. “Na boca do Carnaval, a gente não queria deixar todo mundo na dúvida”, disse o secretário.
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