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Festa de Nossa Senhora das Candeias a um passo de se tornar Patrimônio Imaterial da Bahia

 

Aconteceu na ultima terça (13) na sede da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, um reunião para tratar sobre a inserção dos festejos  de Nossa Senhora das Candeias como Patrimônio Imaterial da Bahia. Essa que é uma reivindicação antiga da comunidade candeiense em valorização a história e cultura desta festa secular que arrasta multidões entorno da  gruta milagrosa.

Candeias durante o ano recebe em média 100 mil romeiros de todos os cantos do país, e por isso a história da cidade é intrínseca com o santuário,  então dando continuidade as ações de inclusões dos festejos de Candeias no roteiro nacional, o deputado Bira Coroa e o Frei Jorge ingressaram com a abertura do processo de patrimonialidade em 2017, garantindo a sequencia da lei ,http://Lei Estadual de Nossa Senhora proposta por Bira Coroa

A secretária Arany Santana relatou sua emoção com  o pedido de Candeias ” Estou muito feliz e emocionada em ver a comitiva de Candeias aqui, tenho 67 anos e quando pequena fui inúmeras vezes em carro  “Pau de Arara” para presenciar a festa da mãe das Candeias, ver o cuidado do frei Jorge e do deputado Bira Coroa em manter viva está fé e devoção desta cultura me deixa muito feliz, a patrimonialidade é mais que justa a essa festa tão popular e tradicional”.

Com o processo aberto, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia( IPAC) tem etapas a realizar na cidade de Candeias, porém os festejos atendem os requisitos necessários para a inclusão.

Para o deputado Bira Coroa, a patrimonialidade de Candeias já é de fato e fé só falta ser de oficial, ” Nossa Senhora das Candeias  já é um patrimônio de Candeias e da Bahia, agora só falta  oficializar, como deputado  estou contente em ver o empenho e carinho do Frei Jorge em deixar um legado de Nossa Senhora para as gerações futuras, eu pessoalmente fiz questão de abrir este processo no ano passado juntamente com o pedido de inclusão da lei”.

Além da secretária Arany Santana e o Frei Jorge pároco e reitor do Santuário, participaram da reunião, Jorge Araujo Chefe de gabinete do deputado Bira Coroa, Ednailton São José (Binho) Presidente da Oscan, Vivaldo Pereira assessor do deputado Bira Coroa, João Carlos Oliveira diretor do IPAC e Junior França

 Justificativa:

Em Candeias todo ano acontece os festejos de Nossa Senhora das Candeias de 24 de janeiro a 03 de fevereiro reunindo diariamente cerca de 12 mil fiéis vindo da Bahia inteira transformando na maior festa de devoção mariana a céu aberto do Brasil.

Diz a lenda que, por volta de 1640, um milagre aconteceu em um córrego que cortava o Engenho Pitanga. O córrego transformou-se em fonte dos milagres e recebeu o nome de Candeias, que simboliza luz; Nas terras do Engenho Pitanga, que eram de propriedade dos Jesuítas, foi construído uma capela e um engenho, destruído pelos Holandeses em 1641.

Em 1760, os Jesuítas foram expulsos do Brasil, e suas terras leiloadas e arrematadas pelo Coronel Jerônimo Queiroz. Nessas terras, nasceu o lugarejo próximo ao rio São Paulo, que passou a chamar-se Nossa Senhora das Candeias, nome pertencente a padroeira da pequena capela existente no local.

Com a vitalidade da lavoura açucareira, aumentava o número de engenhos e de lugarejos nessas proximidades. A introdução da máquina a vapor possibilitou o aparecimento das usinas, o que colaborou com a transformação daquela realidade. Consequentemente, os Senhores de Engenhos, transformaram-se em menos fornecedores de cana-de-açúcar e, após essa etapa venderam ou abandonaram suas propriedades.

Enquanto isso no início do século XX, na vila de Nossa Senhora das Candeias, floresceu a Usina Pitanga, que tinha como objetivo principal escoar a produção das Usinas São Paulo e Pitanga. Foi construída a linha ferroviária, ligando a vila à capital Baiana. Nesse período acontece um fato marcante, quando se propaga que uma criança cega teria se banhado nas águas da fonte próxima à colina onde se localiza a igreja de Nossa Senhora das Candeias, voltando a enxergar.

A partir desse episódio o arraial de Nossa Senhora das Candeias passou a ser visitado por Romeiros oriundos de todo o Recôncavo Baiano. Esse ritual passou a se repetir ano após ano, com as visitas dos Romeiros, modificando totalmente a realidade da vila. Os Romeiros utilizavam as casas dos moradores, que se transformaram em pensões, oferecendo refeições e descanso.

O comércio floresceu com a venda de refeições, lembranças religiosas e fogos. Os habitantes comercializavam até amostras do solo da cidade, pois os Romeiros acreditavam que após a benção na Igreja de Nossa Senhora das Candeias, essa lembrança adquiria efeitos curativos. Eram comercializadas garrafas de água da fonte dos milagres que os Romeiros disputavam avidamente para levarem como lembrança.

De forma definitiva, a localidade consolidou-se então como um dos mais importantes centros financeiros na Região Metropolitana de Salvador, além de se tornar um grande santuário de devoção a Maria. Com esta enorme demanda em 1894, a paróquia Nossa Senhora das Candeias teve sua criação motivada pelo crescimento das peregrinações, que levavam a então freguesia de Nossa Senhora da Encarnação do Passé (na época Candeias ainda não havia sido emancipada), milhares de pessoas desejosas das graças de Nossa Senhora, pelos seus conhecidos feitos através da água da Fonte dos Milagres. Na ocasião, o Arcebispo da Arquidiocese de São Salvador, Dom Jerônimo Tomé da Silva, concedeu a nomeação paroquial àquela que anteriormente era Curato da extinta paróquia Nossa Senhora da Encarnação do Passé.

Com o advento do petróleo no Brasil surgindo o primeiro poço em Candeias, surgiu as primeiras ruas da cidade localizados ao lado do Santuário: Largo da Igreja , Rua dos Milagres, Rua da Direita ,Rua da Feira e Rua da Estação. Criando uma forte ligação da cidade com o Santuário, em 1958 com a emancipação da cidade com o nome Candeias, homenagem a santa da fonte milagrosa, ao mesmo tempo a devoção crescia, com ela o comércio entorno da igreja fortalecendo o pujante instinto da cidade em ser uma cidade polo da região, nos meados dos anos 80 a festa em honra a santa de Candeias passou a ser realizada no lado de fora, pois a capela construída no século XVII não comportava mais os fiéis da cidade e todo Brasil, tornando a maior festa a céu aberto do Brasil, reunindo nos dias atuais  cerca de 135 mil pessoas durante os 11 de festas com o seu cume no dia 02 de fevereiro dia da padroeira da cidade.

O santuário de Candeias movimenta e impulsiona o comércio da cidade durante o ano inteiro chegando a receber 50 mil romeiros anuais para conhecer o santuário e a fonte milagrosa gerando direta e indiretamente centenas de empregos para a população.

A Igreja Matriz foi elevada à condição de Santuário diocesano no dia 08 de dezembro de 2014, em documento reconhecido pela Diocese de Camaçari, mas já era assim chamado, desde muito antes, pelo povo. Teve as paredes e o altar abençoados e ungidos na cerimônia de Dedicação e Consagração realizada na mesma data, tornando oficialmente o Santuário como sendo (único) da Diocese de Camaçari.

Voltado para a Baía de Todos os Santos, o santuário é um local de grande peregrinação de romeiros de diversos pontos do Brasil, que buscam curas e bênçãos através da água milagrosa da Fonte dos Milagres, tornando-o Casa Domus (Casa do Senhor), a devoção a Nossa Senhora das Candeias é tão grande que foi criado em 2012 a peregrinação Luz e fé que reúne sempre em novembro cerca de 20 mil pessoas de toda a diocese gerando renda informal para a nossa cidade.