Novos documentos da delação da JBS, obtidos com exclusividade pela revista ÉPOCA, corroboram os depoimentos dos colaboradores acerca de ilegalidades atribuídas ao presidente Michel Temer nas eleições de 2010. Naquela campanha, Temer foi vice de Dilma Rousseff pela primeira vez. Notas fiscais frias e inéditas revelam que empresas indicadas por Temer receberam, no total, R$ 2,2 milhões da JBS, por meio de pagamentos bancários. Segundo a delação da JBS, nenhum serviço foi prestado à empresa.
Os valores foram pedidos, de acordo com novos elementos da delação, por Temer a Joesley Batista. Em 2010, eles haviam acabado de se conhecer. O então ministro da Agricultura, Wagner Rossi, apadrinhado por Temer, tinha boa relação com Joesley e insistiu que o empresário precisava desenvolver uma relação política com o peemedebista. Joesley topou.
Num primeiro encontro, Temer, segundo o novo relato da delação, pediu ajuda a Joesley. Mais especificamente, R$ 3 milhões em doações de campanha. O empresário se prontificou a colaborar. Joesley pagou para manter boas relações com Temer. Pagou também com a expectativa de que suas empresas fossem beneficiadas – ou ao menos não prejudicadas – por apaniguados do peemedebista em cargos-chave no governo.
Joesley pagou e empresas indicadas por Temer forneceram notas fiscais frias para simular serviços, que não foram prestados. Duas notas fiscais da Pública Comunicações, de Elsinho Mouco, até hoje marqueteiro de Temer, citam “serviços prestados de planejamento estratégico de comunicação” em 2010.
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