O dólar opera em alta nesta sexta-feira (18), pelo 6º dia seguido, chegando a se aproximar de R$ 3,80, após ter fechado na casa de R$ 3,70 na véspera, na maior cotação em mais de 2 anos.
Às 13h52, a moeda dos EUA subia 1,02%, a R$ 3,7394. Na máxima da sessão até o momento chegou a R$ 3,776, levando o real para o pior desempenho diário dentre as moedas globais, segundo o Valor Online. O dólar turismo era negociado a R$ 3,92. Veja mais cotações.
A turbulência nos mercados provocou a interrupção da negociação de títulos públicos. As negociações com o Tesouro Direto foram suspensas “dada a volatilidade do mercado”, segundo informou o Ministério da Fazenda. A previsão de retorno das negociações é às 15h30h, “sujeita a uma reavaliação das condições de mercado”.
Nesta sexta-feira, o dólar seguia em alta também frente a moedas de outros países, ainda impulsionado pelo avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos em meio a expectativa de alta maior dos juros na maior economia do mundo.
Com taxas mais altas, o país se tornaria mais atraente para investimentos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação ao real. Desta forma, muitos investidores estão desmontando posições vendidas contra a moeda norte-americana, destaca a Reuters.
Numa lista de 33 divisas globais, o real brasileiro tem o pior desempenho diário, seguido do rand sul-africano e o peso colombiano, destaca o Valor Online.
A alta do dólar também era influenciada pela fraqueza do euro, que se encaminhava para sua quinta queda semanal consecutiva contra a moeda norte-americana por causa das incertezas políticas na Itália.
Na véspera, o dólar fechou a R$ 3,7015 na venda, maior valor desde março de 2016, com os investidores reagindo à decisão inesperada do Banco Central de manter a taxa Selic em 6,5%. O dólar turismo atingiu R$ 3,86 e nas casas de câmbio chegou a ser vendido a R$ 4,16 no cartão pré-pago, já incluindo o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).
Mercado pede atuação mais firme do BC
Internamente, apesar da forte valorização da moeda norte-americanas nos últimos dias, que ajudou o Banco Central a se decidir por manter a Selic em 6,50% ao ano no seu encontro de política monetária desta semana, a autoridade monetária não promoveu mudanças em sua política de swaps.
Nesta sessão, o BC já vendeu os 5 mil novos contratos de swaps cambiais tradicionais – equivalentes à venda futura de dólares -, totalizando US$ 1,250 bilhão em cinco dias de leilões.
O BC ainda realizará leilão de até 4.225 contratos de swaps para rolagem do vencimento de junho no total de US$ 5,650 bilhões. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.
Nos últimos dias, a pressão sobre o dólar levou alguns analistas a avaliarem que já seria hora de o BC reforçar a atuação para defender o real.
“O discurso do BC de que o movimento do dólar está alinhado ao exterior tem um limite. Seria prudente atuar (com mais firmeza) para conter a volatilidade. O movimento de alta do dólar está muito rápido”, avaliou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.
“O que fica evidente é que o mercado vê que BC tem instrumentos, mas ainda não está usando”, acrescenta. Diante da ausência de atuação da autoridade monetária, o profissional aponta que “só tem comprador de dólar no mercado”.
Alta de mais de 11% no ano
No ano, até o fechamento da véspera, o dólar acumula alta de 11,71%.
Na pesquisa Focus do Banco Central, há apostas de que o dólar chegará a R$ 3,81 em outubro, quando ocorrerão as eleições presidenciais. E essa estimativa está em alta. No começo de maio, por exemplo, a cotação máxima esperada para outubro não passava de R$ 3,70, destaca o Valor Online.
* Com Reuters e Valor Online
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