BRASÍLIA — Documentos internos da Vale mostram que a empresa já tinha conhecimento sobre o risco de rompimento da barragem 1 da mina do Córrego do Feijão, emBrumadinho (MG), desde novembro de 2017. A informação foi publicada pela agência de notícias Reuters e confirmada ao GLOBO por investigadores do caso. Esse relatório interno da mineradora aponta que a barragem — que se rompeu em 25 de janeiro, causando a morte de ao menos 165 pessoas — tinha chance de colapso duas vezes maior que o “nível máximo de risco individual” tolerável pela empresa.
Outro documento da companhia, elaborado em data posterior, foi anexado recentemente às investigações e mostra mais um alerta sobre o risco do rompimento da barragem. Datado de outubro de 2018, este relatório interno diz que a estrutura tinha duas vezes mais chances de se romper do que o nível máximo tolerado pela política de segurança da Vale.
Na segunda-feira, o blog do colunista Lauro Jardim revelou que, segundo o Ministério Público do Estado de Minas Gerais, a mineradora sabia do risco de rompimento da barragem em Brumadinho e ao menos de mais oito barragens desde outubro de 2018.As informações constam numa ação civil pública movida pelo MP contra a Vale, em tramitação no Tribunal de Justiça de Minas.
Na decisão a qual o GLOBO teve acesso, o juiz do caso, Sergio Fernandes, refere-se ao documento interno da empresa de 2018 abordado pelos promotores:
“Com efeito, os documentos colacionados pelo Ministério Público (cita os documentos) aventam que em outubro de 2018 já havia sido constatado pela ré o grau de risco de rompimento das barragens indicadas”, diz a decisão.
O Globo
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