A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, avançou 3,22% em junho, para R$ 3,35 trilhões, informou nesta segunda-feira (24) a Secretaria do Tesouro Nacional.Em maio, a dívida estava em R$ 3,25 trilhões.
Esse aumento está relacionado principalmente à emissão de títulos públicos, que no mês passado ficou R$ 70,26 bilhões acima do volume de vencimentos.
Ao mesmo tempo, as despesas do governo com o pagamento de juros, que totalizaram R$ 34,36 bilhões no mês passado, também impulsionaram a dívida pública.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, cobrir os gastos que ficam acima da arrecadação com impostos e contribuições.
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como dívida externas.
Em 2016, a dívida pública registrou crescimento de 11,42%, para R$ 3,11 trilhões.
Programação para 2017
Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017.
Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.
O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45 trilhões, elevação de 10,86%.
Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, informou o Tesouro Nacional, foi registrada uma elevação de 3,31% em junho, para R$ 3,23 trilhões. Neste caso, a alta foi de R$ 103 bilhões.
A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma alta de 0,91% no mês passado, para R$ 123,9 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 1,12 bilhão em junho.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna recuou em junho. Em maio, os não residentes detinham 13,42% do total da dívida interna (R$ 419 bilhões). No fechamento de junho, detinham 12,90%, o equivalente a R$ 417 bilhões.
Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência (R$ 825 bilhões em junho, ou 25,5% do total); dos fundos de investimento (23,59% do total, ou R$ 762 bilhões) e das instituições financeiras (22,97% do total, ou R$ 742 bilhões).
Perfil da dívida
Em junho deste ano, o percentual de papéis prefixados somou 36,1% do total, ou R$ 1,16 trilhão, contra 36% em maio (R$ 1,12 trilhão). Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de “swap cambial”.
Os títulos atrelados à taxa Selic, chamados de pós-fixados, por sua vez, também tiveram sua participação elevada no mês passado. Em maio, representaram 28,82% do total (R$ 902 bilhões), avançando para 29,19% em junho (ou R$ 944 bilhões).
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), por sua vez, somou 31,41% em junho deste ano, o equivalente a R$ 1,01 trilhão, contra 31,86% em abril (R$ 997 bilhões).
Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 3,30% do total em junho, ou R$ 106,7 bilhões, contra 3,32% em maio deste ano, ou R$ 103,85 bilhões.
O aumento da dívida em dólar se deve à emissão, por parte do Banco Central, de contratos de “swap cambial” – na esteira do processo de alta da cotação do dólar no Brasil, fruto da nova etapa da crise política, envolvendo denúncias contra o presidente Michel Temer.
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