NA CONTRAMÃO DE SEUS DISCURSOS contra a esquerda na última campanha presidencial no Brasil, a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, declarou apoio ao presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, e defendeu o fim do bloqueio e sanções ao país.
Ex-pastores que conhecem os meandros e o modo de atuar da Universal com quem o Intercept Brasil conversou acreditam que o principal objetivo de Macedo é a obtenção de concessão de TV no país – o que já foi sinalizado por Maduro às igrejas evangélicas.
No dia 6 de março, Maduro e sua mulher, Cilia Flores, participaram de um ato com pastores e pastoras evangélicos de 23 estados venezuelanos. O evento foi divulgado pelo próprio governo de Maduro. Segundo a divulgação oficial, 17 mil religiosos teriam participado do evento.
O bispo da Universal Ronaldo Santos, representante da igreja no país, foi um dos oradores. Posou ao lado de Maduro e deu um abraço no presidente venezuelano ao final.
“Meu Deus, podemos ter sanções, bloqueios, de todas as partes do mundo, mas não do céu. O céu está aberto sobre esta nação, sobre este país”, disse Santos. E continuou: “Então meu Pai, eu te peço: derruba os bloqueios, as sanções, todo o meu Deus que tem impedido este país de se manter à tona, de avançar”.
para atrair o apoio dos evangélicos, Maduro prometeu reduzir impostos para as igrejas e também lançou no ano passado o programa “Minha Igreja Bem Equipada”, para oferecer mobília aos templos cristãos e dar bônus de US$ 10 a pastores. Também criou o “Dia do Pastor ”, em 15 de Janeiro, dia da morte de Martin Luther King.
De olho na TV
Os evangélicos somam hoje entre 15% e 20% da população venezuelana e se dividem, principalmente, entre batistas e pentecostais.
Maduro, segundo a TV estatal venezuelana, ordenou a instalação de uma comissão técnica liderada pela Comissão Nacional de Telecomunicações e pelo Movimento Evangélico Cristão da Venezuela, com o objetivo de permitir à comunidade cristã o acesso à radiodifusão, “sem burocracia e sem demora”.
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