Sugar daddy é uma expressão em inglês que, na livre tradução, significa “papai de açúcar”, mas é empregada para definir o relacionamento de homens mais velhos, com dinheiro, que estejam dispostos a bancar uma vida de luxo para mulheres jovens: as sugar babies, ou bebês de açúcar.
É com base nesse “nicho” que o aplicativo Universo Sugar se propõe a fazer a ponte entre pessoas aptas a estabelecer uma relação inicialmente mercadológica. No Brasil, a rede social, há seis meses no ar, já possui 120 mil inscritos, 3.250 deles sediados na Bahia.
Na internet, a rede social se apresenta aos cadastrados com uma missão cujo objetivo é “possibilitar aos seus usuários o início de relacionamentos equilibrados, sinceros e mutuamente benéficos, com acordos claros e preestabelecidos”.
Segundo informações do portal, as babies não pagam nenhuma taxa mensal de manutenção para usar a rede. Por outro lado, os daddies podem se inscrever gratuitamente, mas desembolsam valores de R$ 169 a R$ 799 (pacote platinum, com direito a checagem de antecedentes criminais).
De acordo com informações da rede social, as mulheres representam 71% do público, enquanto os homens correspondem 29%. Nos perfis das usuárias predominam 43% de estudantes universitárias, 18% de estagiárias, 16% de profissionais de saúde, dentre outras.
Em relação aos homens, 54% lideram as estatísticas como empresários em algum segmento, 17% são advogados, os engenheiros são representados por 7%, enquanto outros 19% estão ligados a outros segmentos ou não quiseram informar suas atividades.
Anonimato
Sob a condição de anonimato, uma estudante moradora da capital paulistana, de 24 anos, conta que se cadastrou na rede em março passado. Um mês depois, prossegue, conheceu seu daddy, um empresário divorciado, de 51 anos, que atua no segmento de saúde.
A garota conta que o homem financia o curso superior de contabilidade em uma faculdade privada, a qual mantém ao custo mensal de R$ 1.800. Além disso, para que ela morasse mais próximo da unidade de ensino, passou a pagar o aluguel da estudante, de cerca de R$ 2 mil por mês.
“Ele me ajuda muito. Na verdade, foi ele quem me incentivou a voltar a estudar, pois havia parado por falta de condições”, revela a moça. “Ele até decidiu que, para facilitar o deslocamento para a aula, seria melhor que eu morasse mais perto da faculdade”, continua.
Segundo a usuária da rede, não foi preciso ela condicionar o custeio das contas para que houvesse o relacionamento com o daddy dela. “As coisas aconteceram naturalmente. Conversamos sobre nossos interesses, mas o relacionamento evoluiu para o lado emocional”, afirmou.
“Todo relacionamento é construído à base do interesse, seja ele emocional, físico, intelectual, espiritual
Luana Bezerra, CEO da Universo Sugar
Prostituição
A CEO da Universo Sugar, Luana Bezerra, 27 anos, conta que a ideia do site surgiu após o namorado dela, um engenheiro de 37 anos, retornar de uma viagem ao exterior, onde observou que o relacionamento entre homens mais velhos e mulheres jovens era chamado “sugar”.
Questionada se não tem receio de o empreendimento ser associado a prostituição, a estudante do último semestre de arquitetura enfatiza: “Não. É totalmente diferente. Na prostituição, o homem sai à noite, se relaciona com uma profissional do sexo e paga após o serviço. Não é nosso caso”.
Bezerra avalia que “todo relacionamento é construído à base do interesse, seja ele emocional, físico, intelectual, espiritual”. “O relacionamento sugar não é uma transação. É um relacionamento no qual o homem pode oferecer experiência e ajuda a elevar o nível social das mulheres”, argumenta.
Para a CEO, a ideia da rede não confronta o atual movimento de mulheres, que tem discutido a independência feminina sob todos os aspectos. “Há babies que são totalmente bancadas, mas isso não significa que não possam ser independentes, até porque muitas têm se qualificado”, pontua Luana Bezerra.
Fonte: A Tarde
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