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Com 8 mil casos já registrados, ameaças de violência à mulher em 2023 podem superar anos anteriores na Bahia

Apenas nos primeiros 58 dias deste ano, 8.069 ameaças de violência contra mulheres foram registradas na Bahia, segundo o levantamento realizado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado. No período entre 1º de janeiro e 28 de fevereiro também ocorreram 137 casos de importunação sexual e 92 de estupro.

Caso os episódios continuem crescendo ao longo de 2023 na mesma proporção dos primeiros dois meses, neste ano, as ocorrências podem superar o ano passado, quando foram registrados 45.342 ameaças a mulheres, 725 casos de importunação sexual e 571 de estupro.

O número assusta. “Apesar das conquistas, as relações não mudaram”, explica a professora do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Darlane Andrade. Mesmo com a impressão de que a violência de gênero esteja sendo mais discutida, as mulheres não estão, necessariamente, mais seguras.

“Apesar de tantos direitos que a gente conquistou no embate contra o machismo e o patriarcado e mesmo com os aparatos sociais e políticos que temos agora, não conseguimos combater esse grande mal que afeta não só a vida das mulheres, mas de toda a sociedade”, destaca a pesquisadora em entrevista ao Metro1.

Feminicídio

Os dados mais atualizados sobre a violência de gênero no estado se referem aos casos de feminicídio e também não apresentam grandes avanços. Até o dia 2 de maio foram registrados 28 episódios em todo estado, o que representa dois a menos que no mesmo período no ano anterior, em que foram registradas 30 mortes. A cada quatro dias, uma mulher morre.

O feminicídio é a forma final e mais grave de ataque à mulher. O ato é, geralmente, precedido por uma escalada de violência. Um levantamento realizado pelo Datafolha, em 2022, apontou que todas as formas de violência às mulheres apresentaram crescimento acentuado no último ano.

Para Darlane, a natureza dos casos são reflexo do ódio às mulheres por conta de seu gênero. “É uma expressão tão forte assim porque se trata de um crime de ódio. A gente vive numa sociedade muito misógina que odeia tudo que é feminino”, afirma.