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Cerimônia de canonização de Irmã Dulce terá músicas e missas; veja passo a passo

Festa de baiano sem ‘esquente’ não existe, mesmo que seja durante a cerimônia de canonização de santos na praça de São Pedro, no Vaticano. E será assim, com muita música, que às 5h15 no horário do Brasil (10h15 no horário da Itália) que os fiéis serão recebidos para celebração da cerimônia que tornará Irmã Dulce santa.

E os baianos que comparecerem ao Vaticano vão se sentir em casa. Isso porque as atrações musicais serão comandadas por Margareth Menezes, Waldonys e o maestro José Maurício, o homem que voltou a enxergar após rezar pra Dulce. Eles cantarão no chão da praça de São Pedro. A cerimônia deve durar 2h30. Depois, o Papa Francisco rezará a oração do Angelus, que é tradicional dos domingos.

Segundo Paolo Lombardo, postulador da causa da canonização, após as apresentações artísticas, começará o rito da missa pela canonização de Dulce e dos outros quatro beatos: John Henry Newman, cardeal, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini (no século Giuditta Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo;  Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família e Margherita Bays, Virgem, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
“O rito da canonização acontece no interior da missa. É o momento em que os postuladores (espécie de advogados) das cinco canonizações, junto com o cardeal, vão até o papa e pedem oficialmente que aqueles beatos sejam colocados nos altares. Depois, o papa responde positivamente e oficializa os beatos como santos”, explica Paolo.

Durante a liturgia da missa são colocadas em exposição as relíquias (restos mortais) de cada santo. “As relíquias de todos os beatos ficam no altar”, explica Paolo.

O de Dulce é um pedaço do osso da costela dela, que foi colocado em um relicário acompanhado de uma pedra ametista em formato de coração. “Como aquela que foi feita e viveu para amar”, diz Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil.

Dom Murilo celebrará missa no dia 14 (Foto: Jorge Gauthier/CORREIO)

No dia seguinte à canonização, na segunda-feira (14), Dom Murilo presidirá uma missa na Basílica de Sant´Andrea della Valle, na Itália. Na homilia, ele fará uma referência a Frei Hildebrando, que teve um papel de destaque na vida de Irmã Dulce.

Relicário com restos mortais de Irmã Dulce (Foto: Divulgação)

Veja passo a passo como será a missa da canonização

1. Antes da missa, acontece uma apresentação artística com Margareth Menezes, Waldonys e José Maurício;

2. O coral do Vaticano dá início à missa com o canto inicial para a entrada do Papa Francisco, que logo depois saúda os fiéis e inicia a celebração;

3. O italiano Dom Angelo Becciu, cardeal prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, faz uma leitura da biografia de cada um dos novos santos;

4. Na sequência, começa o cântico dos santos, onde são ditos os nomes de vários deles;

5. O rito da canonização segue com os postuladores da causa de cada santo, que vão até o papa e pedem a inclusão desses santos nos altares da igreja;

6. Em seguida, o papa lê um texto em latim, que torna os beatos oficialmente santos. Esta é a fórmula que pode ser usada, segundo o Vaticano:

“Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de refletir por muito tempo, ter invocado a ajuda divina e ouvido a opinião de muitos Irmãos no Episcopado [bispos], declaramos e definimos Santos os beatos [aqui entram os nomes dos novos santos] e os inscrevemos no registro dos santos, estabelecendo que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

7. Uma música de canto gregoriano é cantada para celebrar;

8. O cardeal prefeito pede que o papa faça uma “carta apostólica”, documento que formaliza a canonização;

9. A partir daí, a missa continua normalmente até o cântico final;

10. Está prevista que, após a missa, o Papa Francisco reze, como em todos os domingos, a Oração do Ângelus, ou oração do meio-dia.

 

 

Correio