“O motorista precisava de um treinamento adequado, porque ele não teve a capacidade de estacionar a viatura no estacionamento do condomínio. Depois, não conseguiram levar a maca, eles tiveram que descer carregando a menina em um lençol. No caminho, ainda deixaram ela cair no chão. Em vez de levar a maca até a porta do elevador, deixaram na ambulância, então tiveram que carregar ela no lençol do elevador até lá”, afirmou o síndico.
“O que tem que ser verificado e avaliado é o tempo de resgate. É comum ficar 21 minutos um menino de 18 anos fazendo a ressuscitação dela? É assim que funciona? Os atendentes do Samu estão preparados para emergências ginecológicas? Pelo que conversei com especialistas, poderiam ter orientado ele mesmo a fazer o tamponamento do sangramento”, disse o advogado.
Enfermeiros
Por sua vez, circulam áudios em que os enfermeiros que teriam atuado na ocorrência dizem que o protocolo de segurança do condomínio teria atrasado a entrada no apartamento. Os porteiros teriam solicitado os documentos de todos os socorristas para fazer o cadastro no sistema do prédio.
“Tinha que entrar no estacionamento para ter acesso ao bloco. Mas a ambulância não passava ali pela altura. Além disso, não tinha ninguém para sinalizar a gente dentro do condomínio. Eu perguntei para um moço que ficava numa barraquinha onde ficava a torre 3. Não era tão longe a distância, uns 200 metros, mas a gente não sabia onde era”, diz a socorrista.
Segundo ela, só havia um elevador funcionando na torre, e ele teria demorado a chegar. “Os porteiros deveriam ser melhor orientados, deveriam ter acompanhado a gente até a torre, para a gente ter um acesso”, afirma ela.
O síndico do prédio disse à reportagem que não foram avisados sobre o resgate. “A gente já viu notícias de criminosos usarem até viatura da Polícia Federal para invadir condomínios. Essa é uma medida de segurança. Como a portaria não foi avisada, esse era o protocolo”, afirmou Luís.
Lesão em partes íntimas
O atestado de óbito da jovem apontou que ela morreu por causa de ruptura na região genital chamada de “saco de Douglas”. Médicos que a atenderam no hospital encontraram uma lesão de cerca de cinco centímetros nas suas partes íntimas.
O caso é investigado pela Polícia Civil como “morte suspeita” – quando ainda não há indícios suficientes para concluir se foi um acidente, uma morte natural ou um crime. Até o momento, Dimas não é tratado como investigado.
Segundo o advogado do atleta, Tiago Lenoir, o jogador também deixou o celular à disposição da delegada responsável pelo caso: “Desde o início, ele disponibilizou à delegada seu celular, ligações, e-mail e todas as redes sociais para comprovar o que está dizendo”.
O representante afirma, ainda, que Dimas está fragilizado com a situação e precisa de cuidados. “Ele tem 18 anos. Tentou salvar a vida de uma jovem de 19. Minutos antes, estava tudo bem, eles estavam trocando carinho e intimidade. Ele também precisa de cuidados”, diz.
Entenda o caso Dimas
Livia morava com os pais e cursava enfermagem. Na terça-feira (30/1), marcou um encontro com o jogador do Corinthians e foi até o apartamento do jogador
A jovem passou mal durante uma relação sexual e desmaiou. Segundo o jogador, eles não tinham usado álcool ou outras drogas.
Dimas ligou para o Samu e recebeu orientações, por telefone, para fazer massagem cardíaca na vítima. Ao chegar ao apartamento, a equipe encontrou Livia em quadro de parada cardíaca.
Os socorristas precisaram afastar a cama para realizar os procedimentos e conseguiram reanimá-la. Também havia marcas de sangue no chão, em toalhas e no colchão de casal.
Hospital
Os médicos também relataram a existência de um corte, de cerca de cinco centímetros, cujo sangramento só foi estancado no hospital. Os profissionais, entretanto, disseram não ser capazes de informar o que teria provocado aquela lesão.
O pai da jovem, o PM reformado Rubens Chagas Matos, 54, encontrou o atleta corintiano na unidade de saúde. Na ocasião, o jogador do Corinthians contou o que havia acontecido no apartamento.
O corintiano também teria dito ao PM que estava com passagem para Minas Gerais, marcada para as 23h, que havia sido comprada pelo pai do atleta. Nessa hora, Rubens reagiu e disse que ele deveria permanecer em São Paulo.
Os dois chegaram a discutir e uma viatura foi chamada para intervir na situação. À polícia, o pai de Livia declarou que Dimas não teria “esboçado nenhuma preocupação ou sentimento” com a situação da sua filha.
Troca de mensagens
A análise do celular de Livia mostra que os dois começaram a conversar em janeiro, a partir do dia 17. Eles trocavam áudios e mensagens de texto, em tom muitas vezes carinhoso (veja imagens abaixo).
As conversas são sobre amenidades, a rotina do dia e o que gostam de fazer. Livia chama o jogador de “vida” e “amor” no fim das frases. Já ele a trata como “gatinha” e “princesa”.
O tom é respeitoso, sem conversas com conotação sexual explícita. No último dia 30, data do encontro, contudo, fica claro que eles vão fazer sexo. Ele esclarece: “Eu não gosto de transar sem camisinha” – ao que Livia responde: “Eu também não”.
Pouco depois, Livia manda a seguinte mensagem: “Pronto. Tô pronta. Quer que eu vá agora ou daqui a pouco?”. “Daqui a pouco”, ele responde. Às 18h06, por fim, ela avisa: “Tô chegando, amor”.
A equipe de investigações da 5ª Delegacia da Mulher informou que a análise das câmeras de segurança do condomínio de Dimas indica que os dois subiram sozinhos para o apartamento.
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