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‘Carroça na frente dos bois’, diz Suíca sobre candidatura própria do PT em Salvador

Executiva municipal do partido tenta viabilizar candidatura própria na capital baiana.

O vereador de Salvador Luiz Carlos Suíca (PT) reagiu em conversa com o bahia.ba à decisão tomada pela executiva municipal do partido de criar grupos de trabalho para tentar viabilizar uma candidatura própria da legenda para a disputa na capital baiana em 2024, mesmo que seja de alguém de fora da sigla, mas que aceite a desembarcar no colo petista soteropolitano, como é o caso da especulação em torno do nome presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Zé Trindade (PSB).

O encaminhamento da executiva municipal vai de encontro às declarações recentes do presidente do PT Bahia, Éden Valadares, de que, se o partido de Salvador tiver candidatura, ser um postulante orgânico e que não necessariamente a legenda precisará ter candidato e o partido não terá problema em apoiar um nome de alguma outra agremiação.

Suíca aponta que achou a decisão da executiva municipal precoce, já que, como nos últimos pleitos municipais, a escolha do eventual candidato ou candidata partirá de uma definição do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do seu conselho político, composto por dirigentes dos partidos da base do governo estadual.

“Respeito as instâncias municipal e estadual. O éden, não tenho essa visão de que outras pessoas têm de que ele disse que o PT não terá candidatura [em Salvador]. Não observo isso. A municipal se reuniu em uma sexta-feira [9], não tive acesoa a essa reunião, depois que li a pauta, e acho que esse conflito interno não tem necessidade. Todas as candidaturas da base do governo do PT, como Alice Portugal [em 2016] e Major Denice [em 2020] foi uma decisão do governo estadual, tivermos debate, mas foi o governador que definiu o caminho. Se nas outras eleições, os governadores opinaram, acho que tem muita gente colocando a carroça na frente dos bois”, avalia o edil.

Na reunião da sexta-feira mencionada por Suíca, nove membros da executiva municipal do PT decidiu que vai brigar para ter candidatura própria e criou grupos de trabalhos para debater um projeto político que o a legenda vai defender no pleito do próximo ano e para ouvir os possíveis candidatos do partido, bem como discutir a posição do partido em ter um nome próprio em 2024 com todas as forças políticas do grupo ao qual pertence, dentre eles o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e partidos da base. O recado do partido com essa executiva foi marcar posição de que qualquer decisão sobre candidatura do próximo ano deverá ter como centro decisório o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores.

Suíca destaca que antes de ter essa definição que a executiva quis adotar, é preciso esperar o posicionamento de Jerônimo. “O governador já anunciou que vai se posicionar em relação a isso. Diante da pesquisa recente, com Jerônimo com uma aprovação de 70%, que ele tem, junto com Wagner e o conselho político, a decisão virá daí. Acho desnecessário esse conflito antes do governador se posicionar. A gente tem é que montar uma estratégia, de montar chapa proporcional, tem que discutir com a federação, acho que tá havendo um equívoco na condução desse processo”.

13 nas urnas

Perguntado da importância de ter o 13 na urna eletrônica para o Palácio Thomé de Souza para puxar votos para os candidatos à Câmara de Salvador, o que não acontecerá se o candidato do grupo de um outro partido, Suíca é taxativo em dizer que tendo ou não a numeração do Partido dos Trabalhadores para a escolha para a Prefeitura, não fará muita diferença. O que, na visão dele, vai influenciar o sucesso do PT nas urnas soteropolitanas em 2024 é a capacidade de convencimento e de transferência de votos do governador Jerônimo Rodrigues.

O edil comentou ainda se acredita que a militância petista vai engajar para apoiar um nome que não seja da sigla.

“Voto de legenda quase que não existe mais. Votar só no 13 não resolve. Acho que Jerônimo e o conselho vão convencer se for de outro partido. Logicamente que precisa combinar o jogo com a militância. Agente sabe que a militância faz campanha para o 13. A militância petista é bairrista. Muitas vezes não compreende o rearranjo político, como todos os outros partidos. Isso é legítimo. Toda a movimentação, seja de Trindade ou Geraldo, é uma movimentação legítima, mas isso não quer dizer que esse [migrar para o PT] vai ser o ponto fundamental para que ele seja o escolhido”, argumenta.

Segundo Suíca, independente de quem seja o candidato do grupo ou de qual partido ele será, o importante, defende, é o nome reunir as qualidades necessárias para a militância abraçar. O parlamentar faz uma alusão com a linguagem do futebol para explicar o seu ponto de vista. “Como em um jogo de futebol. Muitas vezes a gente se pergunta ‘como é que um jogador pé-duro virou profissional? É com disciplina e dedicação. É assim com um candidato. Ele tem que ter um conjunto de qualidades para fazer a militância abraçar”.