Candidatos à presidência e vice-presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia, Jonas Paulo de Oliveira e Elen Coutinho defendem uma proposta de reconstrução da atuação do partido no estado. A chapa tem como foco o fortalecimento da base militante, a reabertura do debate programático interno e o reforço do protagonismo da sigla na formulação de estratégias políticas nacionais.
Segundo Jonas Paulo, ex-presidente estadual do PT e coordenador da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva na Bahia em 2022, o partido teria se acomodado à condição de estar no governo nos últimos anos, o que teria enfraquecido sua capacidade de proposição e articulação.
“Nós tomamos consciência, analisando os últimos 6 anos, da necessidade de fortalecimento do PT que foi, em certa medida, se acomodando a condição de ser governo e perdendo essência, capacidade de proposição, de formular estratégia, perdendo capacidade de dirigir a coalizão e junto com os aliados construir caminhos tendo as suas propostas. Ficou um pouco meio como se o PT tivesse esperando o governo dizer o que quer dele, quando é o partido que tem que dizer o que ele quer do governo e que governo ele quer. Isso fez com a gente refletisse para retomarmos o fortalecimento do partido, reconstruirmos a caminhada e resgatar nosso legado, o que nós fizemos, as mudanças que o PT fez e projetar isso para próximos momentos que são momentos dificílimos de disputa nacional. Com a consciência nossa que a disputa nacional se decide aqui na Bahia, como os momentos mais cruciais, em 2014 nas eleições da Dilma e agora em 2022 na eleição do Lula. Além de 2018 que perdemos a nacional, mas ganhamos em uma vitória bem construída aqui na Bahia”.
O candidato também destacou o papel estratégico da Bahia nas eleições presidenciais recentes, citando os pleitos de 2014, 2018 e 2022, e ressaltou a necessidade de uma atuação partidária consistente impactar decisões em nível federal.
“Eu sou fundador do PT, participei de todos os momentos e fui um dos construtores na chegada do PT ao governo da Bahia, tanto que em todas as eleições eu fui coordenador da campanha, nas eleições passadas, por exemplo eu coordenei a campanha do presidente Lula no estado. Por isso decidimos que era importante a volta de Jonas Paulo para retomarmos a direção do PT para ele cumprir seu papel no momento em que a ação do partido na Bahia repercute nas eleições nacionais, na decisão nacional que repercute também no cenário internacional. Então a Bahia hoje é centro de decisão política e precisa de um partido forte”, diz.
Jonas destaca a equivalência de gênero das diretorias do partido e ressalta a importância da participação das mulheres para além da obrigatoriedade das cotas.
“PT é um partido paritário, tem equivalência entre homens e mulheres na sua direção. As mulheres não podem ser apenas cota, serem só coadjuvantes. Nós entendemos que é preciso fazer a transição e, como dizem na linguagem esportiva, a passagem do ‘bastão’. Nada melhor que pegarmos uma militante jovem e experiente, que têm presença nacional no PT, diretora da Fundação Nacional Perseu Abramo, que formula as políticas do partido e também é do diretório nacional do PT. Por isso convidamos a companheira Elen que generosamente nos atendeu. Uma mulher negra, economista, da periferia de Salvador, militante experiente, apesar da sua pouca idade. Um processo sério, tem profundidade, conteúdo e essência para que a gente possa retomar os rumos do PT”, defende.
A vice da chapa, Elen Coutinho, economista, militante do PT, dirigente da Fundação Perseu Abramo e integrante do Diretório Nacional do partido, defendeu a construção de um ambiente partidário mais representativo e acessível à militância.
“Nessa disputa interna que estamos agora eu e o Jonas compartilhamos a candidatura à presidência do PT, temos um pacto geracional para fortalecer o nosso partido, reconstruir o laço com a militância dele. Para as pessoas em geral, para os jovens, para as mulheres, pessoas negras, todo mundo querer participar da política, precisam sentir que este é um ambiente no qual elas conseguem intervir. Porque participar para fazer número e suas voz não ser ouvida e não conseguir mudar nada, ninguém quer sair de sua casa, deixar de viver sua vida, para se dedicar a uma causa coletiva e não conseguir influenciar em nada. Então, tem que ser um partido aberto, que tenha um laço muito bem feito com a sua militância e seja dirigido pelos seus ativistas”.
Elen também destacou a importância de reaproximar o partido de segmentos sociais historicamente engajados, como jovens, mulheres e a população negra.
“As pessoas precisam ver no PT um partido que elas conseguem dirigir, intervir e que vai trazer as soluções para aqueles problemas que elas estão apresentando, então reabrir as portas do PT, para sua militância, reabrir o debate programático do nosso partido para nossa militância é fundamental. Para que as pessoas sintam que elas fazem a diferença no que de fato fazem”, completa.
Foto: Reginaldo Júnior/ Folha do Estado
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