O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) divulgou um vídeo no qual chama a atenção para o fato de que junho é o Mês do Orgulho — quando é celebrada a luta, a emancipação e a aceitação da comunidade LGBTI+ . A peça publicitária começou a circular nas redes sociais a poucas horas da 27ª Parada do Orgulho de São Paulo, que se realiza amanhã, na Avenida Paulista.
“Neste governo, nós celebramos a diversidade e reafirmamos nosso compromisso com a igualdade e o respeito a todas as pessoas. A comunidade LGBTI+ existe, é importante e merece ser valorizada em toda sua diversidade”, salientou o MDHC.
A secretária Nacional dos Direitos da População LGBTI+, Symmy Larrat salientou que, por ser o Brasil o país mais violento do mundo para os gays, isso aumenta o desafio do governo no combate ao preconceito. “As pessoas LGBTI+ sofrem de inúmeras vulnerabilidades e violências por conta da discriminação. Por isso, é importante que não paremos de visibilizar esta situação e, também, construir políticas públicas que superem esta realidade, vencendo o ódio e a exclusão”, afirmou ela ao Correio.
O deputado distrital e ativista LGBTI+ Fábio Felix (PSol) saudou a ação do governo federal de promoção à diversidade e proteção de uma população repleta de vulnerabilidades. “(A iniciativa) é fundamental para o reconhecimento de que esse segmento da população precisa de políticas públicas direcionadas. Óbvio que o governo acabou de começar: tivemos a criação da Secretaria Nacional LGBTI+, que dá um status importante à nossa pauta, tanto do ponto de vista governamental como da capacidade de articulação. Mas a gente sabe que existem, ainda, gargalos, debilidades, especialmente no orçamento, no investimento nessas políticas públicas — também produzida pelo pânico moral que alguns segmentos mais fundamentalistas da sociedade tentam impor”, explicou ao Correio.
Violência
Em 11 de maio, o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ divulgou um relatório no qual constata que, em 2022, 316 mortes foram registradas no país, ante 237 em 2020 (veja ilustração acima). E pior: pelo quarto ano consecutivo, o Brasil foi onde mais se matou integrantes da comunidade gay, na comparação com outras nações.
Das 316 mortes, 228 foram assassinatos, correspondendo a 83,52% dos casos; 30 suicídios (10,99%); e 15 mortes por outras causas (5,49%). Os números do levantamento mostram uma pessoa LGBTI+ é assassinada a cada 32 horas — média de dois homicídios a cada três dias.
Do total de mortes no ano passado, metade das vítimas era mulher trans ou travesti (159 mortes). Os homens gays são o segundo grupo que mais morreu em 2022, totalizando 96. E foram oito mortes de homens trans ou pessoas trans masculinas e lésbicas.
Já o relatório da Transgender Europe aponta o Brasil como o país que mais mata pessoas trans em todo o mundo pelo 14º ano consecutivo. Além disso, apresenta os maiores registros desde 2008 — quando o estudo começou a ser produzido.
A organização destaca que, entre 2000 e 2022, 5.635 pessoas morreram em função do preconceito e da intolerância de parte da população. E, também, devido ao descaso das autoridades responsáveis pela efetivação de políticas públicas capazes de conter os casos de violência.
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