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Camargo Corrêa revela esquema de cartel em obras do metrô de Salvador no governo Imbassahy

A construtora Camargo Corrêa revelou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um grande esquema de cartel que atuava em obras de metrôs na Bahia e em outros sete estados, entre 1998 e 2014. Nesta segunda-feira (18), o conselho assinará despacho para abrir processo de investigação.

Em 1999, o consórcio Metrosal, formado por Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Siemens, participou da licitação para as obras do metrô de Salvador. Na época, a capital baiana era administrada por Antonio Imbassahy (PSDB).

A disputa foi vencida pelo consórcio Cigla, formado pela italiana Impregilo e a construtora Soares da Costa. No entanto, conforme o Ministério Público, a Metrosal foi declarada vencedora da licitação após uma desistência da Cigla.

A Camargo Corrêa apresentou ao Cade indícios ou comprovação de condutas anticompetitivas nestes 16 anos, em conjunto com a Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão.

Foi formado um grupo, batizado pelos próprios integrantes de “Tatu Tênis Clube”, que teria atuado em pelo menos 21 licitações, com resultados diferentes, segundo o blog da jornalista Andréia Sadi.

Entre as atividades, o cartel fixava preços, condições e vantagens, além de fazer a divisão de mercado entre os concorrentes e trocar informações entre os interessados nas obras. Os executivos se encontravam para organizar as propostas ou mesmo abrir mão para evitar disputa.

O acordo de leniência da empreiteira foi feito em conjunto com o Ministério Público Federal de São Paulo e equivale a uma delação premiada, mas voltada para as empresas.

Com a assinatura, a Camargo Corrêa pode ter imunidade administrativa e penal. As outras empresas serão processadas normalmente. Porém, o acordo só tem validade após a investigação comprovar os fatos, atendendo aos requisitos exigidos.

A Andrade Gutierrez informou que colabora com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal. A empresa também reafirmou o compromisso de “esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado”.

A construtora Queiroz Galvão disse que não comenta investigações em andamento.

 

Bahia.BA