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Bahia é referência nacional no rastreamento do câncer de mama

A Bahia tem destaque no País no rastreamento, diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Referência nacional, o Programa Estadual de Rastreamento do Câncer de Mama é umas das estratégias itinerantes da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). A ação tem expectativa de levar, até o fim do ano, carretas equipadas com mamógrafos a 131 municípios baianos.

O programa amplia a possibilidade de mulheres de 50 a 69 anos realizarem mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nos últimos 10 anos, a estratégia chegou aos 417 municípios, ultrapassando a marca de mais de 1 milhão de mamografias bilaterais e 82 mil ultrassonografias.

As unidades móveis onde são realizados os exames podem ser disponibilizadas tanto como ação única quanto em nas Feiras Saúde Mais Perto – como ocorreu em Salvador, entre 8 e 10 de março, durante a Feira Março de Todas as Mulheres.

Maria José Pereira aproveitou a oportunidade para realizar o exame. “Já tinha tentando em outros lugares, mas estava difícil”, relata. “Fiquei tranquila ao saber que, se for necessário, a feira também oferece atendimento complementar.”

A superintendente de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde, Mônica Frank, esclarece que, para a escolha dos municípios que receberão a estratégia, são levados em conta critérios técnicos e também há discussão e pactuação dentro das reuniões das comissões Intergestores Regional (CIR).

“A estratégia itinerante tem sido reconhecida como uma iniciativa que contribui fortemente no acesso das mulheres às ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama”, explica Mônica. “Atualmente, estão em atividade seis unidades móveis de mamografia, em quatro rotas simultâneas. Cada unidade conta com dois mamógrafos, com capacidade de atendimento de 140 mamografias por dia.”

O médico mastologista André Dias destaca que a mamografia é o exame que consegue detectar o câncer de mama em seu estágio mais inicial. “Se conseguirmos fazer um diagnóstico precoce do câncer de mama, a gente chega a uma possibilidade de cura de até 95%, refletindo diretamente na taxa de sobrevivência”, afirma o médico, apontando a importância de se fazer a mamografia anualmente.

Atendimento

Na primeira fase da estratégia, a população alvo é identificada pelas Unidades Básicas do Município e Secretarias Municipais de Saúde e encaminhada para o exame de Mamografia Bilateral de Rastreio em unidade móvel que estará nos municípios atendidos. Este modelo de atendimento se aplica quando o Programa Estadual de Rastreamento do Câncer de Mama não está inserido em uma Feira Saúde Mais Perto.

No caso das Feiras, o atendimento é aberto, bastando à mulher apresentar o RG, CPF e cartão dos SUS. Em algumas edições, existe um agendamento prévio feito pelo site da Sesab (www.saude.ba.gov.br).

Além de realizar as mamografias nas unidades móveis, o Programa Estadual de Rastreamento do Câncer de Mama garante o tratamento das pacientes que tenham alguma alteração detectada durante o exame do rastreio.

São realizados os exames diagnósticos complementares para as pacientes que apresentarem imagens inconclusivas. As mulheres com diagnóstico positivo são encaminhadas, por meio do programa, para tratamento em unidades de Alta Complexidade, referência em Oncologia.

Foi o caso de Ana Maria Zacarias, moradora de Luís Eduardo Magalhães, no extremo oeste da Bahia. Depois de receber o diagnóstico correto, ela rapidamente iniciou o tratamento do câncer de mama no Hospital do Oeste, em Barreiras. “Tenho a facilidade de ter o tratamento perto de casa”, relata.

O tratamento para mulheres com câncer de mama está disponível tanto na capital quanto no interior baiano, em cidades como Vitória da Conquista, Jequié, Porto Seguro, Barreiras, Irecê, Juazeiro e Caetité.

Subsecretário da Saúde do Estado, o médico Paulo Barbosa, aponta que o crescimento da rede de assistência oncológica alinhada à boa cobertura da mamografia de rastreio de câncer de mama é muito importante para aumentar o sucesso no tratamento e reduzir a mortalidade pela doença. “Quando ofertamos a assistência na região do paciente, a adesão ao tratamento é muito melhor”, afirma. “Se evitarmos a necessidade de grandes deslocamentos, damos mais qualidade de vida ao paciente.”